A soltura quase que relâmpago dos amigos do presidente, notadamente as de José Yunes, ligado a Michel Temer há 50 anos; e de Coronel Lima, uma espécie de faz-tudo do emedebista há 40 anos, tem alguns simbolismos.
Enquanto alguns “chegados” do presidente, como Geddel Vieira Lima, Eduardo Cunha, Henrique Eduardo Alves e Rocha Loures (o homem da mala) vão aumentando seus dias no xilindró, os dois citados acima não ficaram nem três dias na prisão.
Deveriam, portanto, ter sido presos? Suas detenções não eram dispensáveis, considerando-se, ainda, que o Coronel Lima entrou e saiu da cadeia sem sequer dar um depoimento? Ou o ministro-algoz de Temer, Luiz Roberto Barroso, se apressou em revogar as ordens de encarceramento dos “parças” presidenciais?
Para além destas perguntas, fica a nítida sensação de que ao prender os amigos do presidente, Barroso mandou um claro recado a Michel Temer: temos artilharia pesada contra você. Fique na sua e termine o mandato! A mensagem veio bem na hora em que Temer começa a gostar da ideia de disputar a reeleição.
Foto>Marcelo Camargo, Ag. Brasil