Com Jair Bolsonaro inelegível até 2030, o eleitorado conservador se concentra hoje em duas alternativas viáveis: Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, que representa pouco mais de 20% do eleitorado; e Ronaldo Caiado, governador de Goiás, do União Brasil. No PL, o nome lembrado é o da ex-primeira-dama, Michelle, que ainda carece de experiência, mas poderia ser uma alternativa para vice ou então assumir uma candidatura ao Senado pelo Distrito Federal. Com boas perspectivas eleitorais.
Caiado, que foi reeleito em 2022, enfrenta o obstáculo de governar um estado de tamanho médio, mas abraçou a causa do combate à criminalidade com propostas firmes na área de segurança pública. Já Tarcísio de Freitas não se apresenta como pré-candidato à presidência, focando em seu trabalho em São Paulo. No entanto, qualquer governador de São Paulo é naturalmente especulado como candidato presidencial.
Reflexos
Em Santa Catarina, lideranças políticas de variadas vertentes ideológicas têm refletido sobre o impacto de um PL sem candidato à presidência, com Bolsonaro fora do páreo. Com Tarcísio no Republicanos e Caiado no União Brasil, com o apoio de Bolsonaro, esses dois poderiam ganhar relevância na disputa ao governo do estado, potencialmente enfraquecendo a recondução de Jorginho Mello ao Palácio Residencial, raciocinavam esses mesmos líderes.
Liberal
Ocorre que, recentemente, Tarcísio de Freitas comunicou Valdemar da Costa Neto sobre sua filiação ao PL, indicando já ter conversado com Jair Bolsonaro. A vinda de Tarcísio para o PL é positiva tanto para o partido quanto para ele, pois o PL se fortalece em São Paulo.
Números
No Congresso, o PL tem 99 deputados na Câmara e 13 senadores, enquanto o Republicanos tem 46 deputados e quatro senadores. Com a filiação ao PL, Tarcísio herda automaticamente os votos de Bolsonaro, fortalecendo o partido antes das eleições.
Desafio
A mudança de Tarcísio de Freitas para o PL, caso se confirme, além de sinalizar sua provável candidatura à Presidência, enfraquece o Republicanos e desafia Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, um partido que controla muitas prefeituras em São Paulo.
Pujante
Assim, a transferência de Tarcísio torna o PL ainda mais forte, no plano nacional. A mudança também pode diminuir o potencial eleitoral do PSD em São Paulo, afetando a estratégia de Kassab, que havia filiado mais de 90% dos prefeitos tucanos. Com Tarcísio de candidato à presidência, alinhado com Bolsonaro, vida curta para Gilberto Kassab como secretário de Governo do governador de São Paulo.
foto>Marcelo Casal Jr, Ag. Brasil, arquivo