Amin: ajuste fiscal só favorece banqueiros
Embora o PP seja um aliado de primeira hora dos governos petistas, Dilma Rousseff e seu staff não poderão contar com o voto do deputado federal Esperidião Amin ao chamado ajuste fiscal (aumento de impostos), proposto pela atual inquilina do Palácio do Planalto.
O ex-governador entende que a iniciativa está equivocada, pois afundará o país na recessão e “não vai debelar a inflação.” Quem ganha com isso? O catarinense pergunta e ele mesmo responde: somente os banqueiros.
Ressalvando que nada tem contra a figura de Joaquim Levy, Amin lembra que ele é o representante da banca nacional no governo da ex-mãe do PAC, pois antes de ser ministro, o titular da Fazenda era um alto diretor do Bradesco, o maior banco privado do país.
Sobre seu partido estar enrolado até o pescoço nas investigações da Lava-Jato, o ex-governador vaticina que o PP ficou com as “migalhas”. O grosso da propina gerada a partir das fraudes na Petrobrás engordou, segundo ele, as arcas do PT e do PMDB, partidos que receberam valores significativos. “Depois de ter pego os mendigos, o juiz Sérgio Moro agora vai pegar os peixes grandes, os animais encorpados,” alerta o progressista.
Aviso
Esperidião Amin afirma que desconhece qualquer articulação da bancada federal do PP para votar contra o ajuste fiscal. Seu posicionamento, frisa ele, é pessoal. Na mídia nacional, contudo, pipocam informações dando conta de que a sigla vai usar essa votação para mandar um recado a Dilma.
Empulhação
Aos governadores brasileiros, Raimundo Colombo incluído, Dilma Rousseff disse que fez as promessas de campanha em uma outra conjuntura, salientando que o Brasil está sendo afetado pela crise internacional. A petista falta com a verdade. A China deixou de crescer dois dígitos, é verdade, mas os EUA cresceram 2,3% no último trimestre!
Pátria da tesoura
O novo corte bilionário no Orçamento da União – de quase R$ 5 bilhões – atinge em cheio as obras do PAC, a Saúde e a Educação. Numa pátria educadora, faz sentido?
Tudo pelo lucro
O deputado Gean Loureiro comprou uma briga com o Sinte. Ele apresentou projeto de lei, na Assembleia, para “flexibilizar” o critério que defini o número de alunos por sala de aula. Tanto no setor público como na rede privada. Pelas redes sociais, o sindicato já está torpedeando a matéria. Acredita-se que, pela lógica comercial que rege o sistema educacional, a proposta pode legalizar a existência de salas “socadas” de estudantes.
Média
Nunca antes na história do país se viu tanta frequência de ministros fora de Brasília. Em Santa Catarina, a média de julho foi de dois por semana. A própria Dilma Rousseff tem focado em agendas estaduais. A conferir, nas próximas pesquisas de opinião, se a tática está funcionando para dar um lustro na imagem da presidente.
Saúde
Dia 4 de agosto foi a data escolhida para a mobilização nacional dos hospitais filantrópicos. Representantes das instituições farão um ato publico na esplanada dos ministérios, pedindo mais recursos e a correção da tabela do SUS. Em Santa Catarina, mais da metade das unidades alega estar com as contas no vermelho e ameaçando fechar as portas.