Durante a última passagem de Jair Bolsonaro por SC, há menos de um mês, registramos o seguinte: a intenção do líder conservador é escalar bolsonaristas, preferencialmente os considerados raiz, para o pleito de 2024. Nas diversas conversas reservadas que Jorginho Mello teve com o ex-presidente, Bolsonaro deixou claro que estará à disposição para visitar alguns municípios catarinenses, apoiando os nomes liberais na campanha do próximo ano, desde que não esteja preso devido à evidente perseguição que enfrenta.
Isso deve ocorrer nos principais municípios, como Joinville, Florianópolis, Blumenau, Criciúma, São José, Chapecó, Itajaí e Balneário Camboriú. São algumas das cidades mapeadas para receber o ex-presidente durante a disputa municipal.
Na cidade mais populosa do estado, a candidatura do deputado Sargento Lima (PL) começa a se consolidar. Reeleito com 70 mil votos, ele tem origem militar, mas tem mostrado grande habilidade verbal e de articulação política.
O parlamentar já conta com o apoio do deputado federal Zé Trovão; do primeiro suplente na Câmara dos Deputados e secretário da Defesa Civil de Santa Catarina, Coronel Armando; além do ex-presidente da Fetrancesc, atual presidente do Badesc e terceiro suplente de federal, Ari Rabaiolli.
Maurício Peixer, deputado estadual em exercício, também de Joinville, é outra liderança alinhada com Sargento Lima.
Composição
A proposta é ter um empresário de origem germânica, tipicamente joinvilense, como vice na chapa. E associar o deputado ao empresário que aceitar o desafio, reforçando que o futuro governo será conduzido por ambos.
Nicho
Uma candidatura segmentada, como a de Lima, de origem militar, é frequentemente vista com certa reserva em disputas majoritárias.
Fórmula antiga
Vale recordar que Lula da Silva, após três tentativas sem sucesso, na quarta tentativa para a Presidência, escolheu como vice o saudoso empresário Zé Alencar, de Minas Gerais. E obteve sucesso.
Horizonte
Essa estratégia visa polarizar a disputa em Joinville entre o atual prefeito, Adriano Silva (Novo), e o projeto do PL com Sargento Lima à frente.
Domicílio
Em Blumenau, a candidatura da deputada federal Daniela Reinehr (PL), ex-vice-governadora, começa a ganhar forma. Ela tem origem germânica. Também são considerados os nomes do presidente do BRDE, João Paulo Kleinübing, e do deputado estadual Egídio Ferrari. No entanto, Daniela parece mais determinada e preparada para enfrentar a eleição blumenauense.
Fato novo
Em Florianópolis, o segundo maior colégio eleitoral de Santa Catarina, um nome já está sendo especulado: Ana Campagnolo (PL), que obteve quase 200 mil votos para a Alesc.
Enxurrada
Ela só ficou atrás da recordista de votos proporcionais em 2022, também mulher e bolsonarista, Carol De Toni, reeleita para a Câmara dos Deputados. Ana Campagnolo superou os outros 15 federais eleitos no ano anterior em número de votos.
Foco
A deputada estadual teve uma expressiva votação na Capital e poderia ser a novidade em um cenário de reeleição já bem encaminhada para o prefeito Topázio Neto (PSD).
Esquerda
O prefeito tem como principal adversário, atualmente, o deputado estadual de esquerda Marquito Abreu, do PSOL.
Aposta
Ana Campagnolo surge como uma opção para atrair o voto do eleitorado conservador da Capital, que não é tão expressivo quanto em outras regiões, competindo com Topázio.
- A tendência atual é que a deputada seja a possível candidata a prefeita da Capital em 2024.