Grande a repercussão nacional, nesta sexta-feira 16, da Operação Enredados, da Polícia Federal, que prendeu nove pessoas em Santa Catarina sob suspeita de negociar licenças ambientais para a pesca industrial. Todos os noticiários de TV, sites, blogues e jornais dão destaque à ação.
A Enredados atinge em cheio o PT de Santa Catarina, que já vinha sentindo os reflexos do brutal desgaste nacional da legenda. O superintendente do Ibama no Estado, Américo Tunes (E na foto), e outros dois companheiros históricos de partido, o superintendente do Ministério da Pesca em SC, Horst Doering, e Luiz Alberto de Mendonça Sabanay, considerado o número dois no Ministério da Pesca, foram alcançados pela tarrafada da PF.
Ambos tinham forte atuação nos meandros do PT Barriga-Verde, inclusive nas mais recentes campanhas eleitorais.
A pergunta que ainda está no ar é a seguinte: quando este esquema, que tem tudo para ter gerado prejuízos bilionários a partir da exploração ilegal das riquezas naturais, começou? A depender da data, o PT de Santa Catarina pode ser ainda mais engolfado pela Enredados. Explica-se. Entre 2003 e 2011, o Ministério da Pesca foi praticamente um feudo de lideranças do PT catarinense. Começou com o ex-prefeito de Chapecó, José Fritsch (janeiro de 2003 a março de 2006), que saiu para dar lugar ao pupilo e até então desconhecido Altemir Gregolin(abril de 2006 a dezembro de 2010). Quem fechou a conta foi a ex-senadora Ideli Salvatti (janeiro a junho de 2011).
Fritsch e Ideli foram, durante muitos anos, figuras de proa do PT no Estado. Teria o esquema desbaratado agora beneficiado campanhas do partido neste século? Teria irrigado dinheiro nas contas de lideranças? Perguntas para as autoridades (PF, Ministério Público e Judiciário) responderem.
Foto: PF, divulgação