A passagem de Baleia Rossi por Santa Catarina agitou os bastidores da política estadual. O emedebista paulista está cabalando votos país afora na disputa para suceder a Rodrigo Maia. O fato, digamos, sui generis da agenda de Rossi em Santa Catarina foi o encontro com a deputada federal Angela Amin, única parlamentar do PP estadual com assento em Brasília.
O outro candidato é Artur Lira, correligionário de Angela. Ele é respaldado por Jair Bolsonaro enquanto Baleia Rossi é o candidato de Maia.
Em tempos “normais” na política, o caminho natural para Angela Amin seria com o correligionário Lira. Há dúvidas, no entanto, se esse será o desfecho. Na segunda-feira, a deputada conversou com Rossi. No gabinete local do senador Dário Berger (MDB)!
Pelo visto, esse amor da família Amin pelo senador emedebista não se esgotou na campanha do ano passado, apesar da votação decepcionante dela na disputa pela prefeitura, quando conquistou votação de vereadora, chegando em quarto lugar.
Futuro
Estariam, Amins e Bergers, projetando algo em conjunto para 2022? A dura lição que saiu das urnas em 2020 não foi absorvida. Sobretudo porque Angela considera sim a possibilidade de votar em Baleia Rossi.
Força
Complicado falar em favoritismo a esta altura do campeonato nesta eleição interna na Câmara. Evidentemente que o apoio de Bolsonaro tem peso, considerando-se a força da máquina federal e de seus cargos generosos. Sem falar na potência que é o cargo máximo do país.
MDB x DEM
No Senado também há dois candidatos à presidência. Rodrigo Pacheco é correligionário e o candidato de Davi Alcolumbre (DEM) à sua própria sucessão. Pacheco era do MDB. Chegou ao DEM pelas mãos de Rodrigo Maia quando ainda era deputado federal.
Visando receber o apoio do PSD na Câmara Alta, Rodrigo Pacheco abriu mão do projeto de candidatar-se ao governo de Minas Gerais. Vai apoiar o prefeito reeleito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, do PSD. A contrapartida dos pessedistas deve vir em forma de votos para Pacheco no Senado.
PL e DEM
Já o PL do senador Jorginho Mello tende, neste momento, a fechar com o candidato do DEM, Rodrigo Pacheco, assim como já fez o PT. Isso mesmo. O PT está apoiando um nome do DEM para pilotar o Senado e, por extensão, o Congresso Nacional. O que levou Jair Bolsonaro a pular fora imediatamente do projeto Pacheco. Onde estiverem os petistas, lá não estará o presidente da República.
PP e MDB
Esperidião Amin, a seu turno, pode fechar com Simone Tebet, do MDB. Apesar da questão partidária, a senadora sul-matogrossense tem perfil irretocável, preparo e capacidade para comandar o Senado.
FRASE
“Recebo, com nenhuma surpresa, a notícia que o Governador Moisés quer a contribuição de dois Deputados do nosso partido para o seu Governo. As funções de Líder do Governo e Secretário de Agricultura são importantes e contariam com dois excelentes quadros políticos do nosso time.
A surpresa, ou espanto, seria o nosso “aceite” para essa missão.” João Amin, deputado estadual, sobre o embarque do PP no governo Moisés da Silva.