O prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, tinha uma eleição considerada muito tranquila. As projeções falavam até em vitória no primeiro turno, garantindo a reeleição. Isso até a semana retrasada, quando num arroubo, o alcaide voltou a determinar fechamento de setores importantes do comércio, entre outras medidas, numa nova quarentena que foi imposta aos florianopolitanos.
As reações foram duríssimas e o prefeito acabou voltando atrás uma semana depois. Só que o estrago político já estava feito. Tanto é assim que o próprio Gean Loureiro sinaliza que deve anunciar um empresário de vice na sua chapa. E nem poderia ser diferente ante o novo quadro. Será uma tentativa de suavizar o rombo no casco.
Outro efeito quase imediato do brutal desgaste: Angela Amin, que estava absolutamente fora do páreo, voltou a se movimentar como pré-candidata. Em 2016, ela perdeu por pouco mais de mil votos, tudo decidido na undécima hora daquele domingo histórico.
Amigos de ocasião
Outro detalhe que pode ser decisivo: a ex-prefeita volta ao jogo num contexto em que os senadores Esperidião Amin (PP) e Jorginho Mello (PL) podem se aliar contra o prefeito. Sim, os dois têm perspectivas para a majoritária de 2022. Mas primeiro vem 2020. Se Gean se reeleger, ele passa também a figurar entre os pré-candidatos a governador, algo que os dois senadores enxergam como uma potencial ameaça que poderia ser neutralizada já na raiz.
De vice?
O vereador Pedrão, que vinha bem posicionado com perspectivas eleitorais em Florianópolis, bandeou-se para o PL e também deu uma escorregada feia lá no começo do ano. Foi pego surfando quando deveria estar na Câmara de Vereadores. Isso praticamente o tirou do páreo. Seria um bom nome para vice de Angela Amin?
Liberdade vigiada
O ex-secretário da Casa Civil de Moisés da Silva, Douglas Borba, conseguiu um habeas corpus e volta à liberdade depois de quase um mês no xadrez em função do escândalo dos respiradores. E seu amigo e talvez sócio em alguns negócios (a Justiça irá dizer), Leandro de Barros, também foi contemplado. Os dois, contudo, estão obrigados a usar tornozeleiras eletrônicas, possibilitando que a polícia possa monitorar seus movimentos.
Sopra pro azar
Jair Bolsonaro andava pedindo para se contaminar. Não surpreende que tenha testado positivo para o Covid19. Se expôs de maneira totalmente inadequada em várias oportunidades, ignorando as regras de segurança sanitária. Inclusive na rápida passagem por Santa Catarina, sábado, quando cumprimentou o senador Esperidião Amin e a vice-governadora, Daniela Reinehr. Deputados e outras autoridades presentes ficam de sobreaviso e devem fazer o teste se é que já não fizeram até a publicação desta coluna.
Tripé
Seja quem for o novo ministro da Educação, será o quarto em um ano e meio de governo, sendo que o último foi nomeado mas nem chegou a assumir. Ele terá pelo menos dois desafios hercúleos: apresentar uma proposta clara, uma política educacional efetiva para o país; e equilibrar-se entre os chamados olavistas (seguidores fieis do “guru” Olavo de Carvalho, que mora nos EUA); os militares do governo e o Centrão, neo-aliado do presidente e que tem os políticos mais ávidos por cargos nestas bandas do sul do mundo.