Baixada a poeira do anúncio de que o MDB realizará prévias para a escolha do candidato a governador, o cenário é muito claro. Se tiver juízo, o partido, por meio de seus 187 mil eleitores, vai optar por Antídio Lunelli. Sem sombra de dúvidas, é a grande novidade com vistas ao próximo pleito, o fato novo. Dono de um perfil empresarial exitoso, tendo começado do zero e reeleito prefeito com mais de 70% dos votos numa cidade que nunca havia reelegido seu chefe do Executivo!
A turma do Manda Brasa tem a chance de escolher, disparadamente, o melhor nome. Ah, mas tem o Celso Maldaner. Grande nome. Tem conduzido com maestria o MDB – o que, convenhamos, não é fácil – e tem boa atuação como deputado federal. Vem de uma família de políticos e também já foi prefeito de Maravilha, assim como sua mulher.
O irmão mais velho, Casildo, foi de vereador a governador. Maldaner, no entanto, ainda não tem tamanho para a disputa majoritária.
Erro histórico
Com relação ao terceiro nome da legenda, o do senador Dário Berger, seria, de longe, a pior escolha. Um verdadeiro tiro no pé.
Mera formalidade
O MDB é o sétimo partido da carreira política de Berger. Por onde passou, o senador nunca criou raízes. Tanto é verdade que na reeleição dele na Capital, já pelo MDB, ele sequer recebia os deputados do partido. Nunca deu bola pra eles. Quando saiu de São José para assumir a prefeitura de Florianópolis, Dário Berger era filiado ao PSDB.
Derrapada histórica
Aliás, importante lembrar que ele só virou senador por uma bobagem histórica de Mauro Mariani. O ex-deputado queria ser candidato ao governo em 2014, ano em que as fileiras emedebistas optaram por apoiar a reeleição de Raimundo Colombo. Ele seria o nome natural à Câmara Alta, mas abriu para Berger que, registre-se, ia ter dificuldade para eleger-se deputado estadual.
Timing
Quatro anos depois, Mariani ficou pelo caminho na corrida ao governo, sequer chegando ao segundo turno e sumiu da política, abrindo mão até do comando estadual da sigla. Especula-se, inclusive, que ele pode assinar ficha no Podemos.
Discurso e prática
O senador Dário Berger só marca presença em evento partidário quando há eleições. Caso contrário, ele simplesmente ignora. Se o MDB o escolher como pré-candidato para 2022 será o mesmo que nada. Primeiro, porque as chances dele virar governador seriam remotíssimas. Segundo, caso venha a ter chances e se chegasse lá, seria alguém que definitivamente não representa o MDB.