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Antigos rivais juntos em Joinville

A novidade vem do Norte do estado. De Joinville, o maior município catarinense, onde formou-se uma coligação absolutamente inesperada e emblemática: MDB com PP, o Progressistas.
Você leu direito. É exatamente isso. Luiz Cláudio Gubert (E), emedebista, com Anelisio Machado (D), de vice. Estamos falando do partido de Pedro Ivo Campos e de Luiz Henrique da Silveira, ambos ex-prefeitos de Joinville que chegaram ao governo do estado; alinhado com o PP de Esperidião Amin, que sempre foi o principal adversário do Manda Brasa por toda Santa Catarina.
Sinal dos tempos. Primeiro porque Luiz Henrique e Pedro Ivo não estão mais entre nós. Quem tem mandato hoje é Ivete Appel da Silveira, senadora atualmente licenciada. Embora seja viúva de LHS, ela não tem aquela ascendência sobre os emedebistas como tinha o falecido cônjuge.
Há sinais de que ela não teria gostado muito da composição. Toda a articulação foi capitaneada pelo atuante e articulado deputado Fernando Krelling (E). O parlamentar acabou contornando arestas, inclusive em relação à própria senadora.

Fernando Krelling e Luiz Cláudio Gubert – arquivo, divulgação
Incógnita

Mas será que Esperidião Amin vai a Joinville subir no mesmo palanque de Ivete Appel da Silveira? Será que vão estar todos abraçados no mesmo projeto? Por que não? Os tempos são outros. A polarização hoje é outra.

 Eixo

Lá em 1982, depois em 86, 90, 94, 98, 2002, 2006, até 2010, com reflexos ainda em 2014, tínhamos ainda aquela polarização MDB-PP. Hoje isso não existe mais. Principalmente com a eleição de Carlos Moisés da Silva, empurrado, embalado e eleito pela onda Bolsonaro de 2018. Hoje a polarização é PL-PT, é bolsonarista X lulista. O MDB já ficou fora do segundo turno em 2018 e em 2022 nem candidato lançou.

Voo de galinha

Udo Döhler, ex-prefeito de dois mandatos em Joinville, empresário bem-sucedido, foi candidato a vice de Moisés, que não carimbou o passaporte para enfrentar Jorginho Mello. Então, o calendário, definitivamente, é outro.

Nova história

Mesmo assim, o que aquele emedebista ou aquele progressista da gema vão pensar? Se estão presos à história do passado, vão ficar fora ou vão ser atropelados pelos acontecimentos, como bem disse o deputado Fernando Krelling: “Nós estamos querendo construir uma nova história, para frente.”

Estratégia

Como dizia LHS, não se faz política olhando pelo retrovisor. Esta chapa MDB-PP é uma composição que tem como objetivo provocar o segundo turno em Joinville, diante do flagrante favoritismo de Adriano Silva, do Novo.

Nomes

O PT vai de Carlito Merss, ex-prefeito que vai ter, também, o apoio do PSOL, do PV e do PCdoB. A cidade terá, ainda, a candidatura do deputado Sargento Lima em chapa pura do PL. Jair Bolsonaro prometeu marcar presença para tentar impulsioná-lo. O ex-presidente, rememoremos, sempre foi muito bem votado na cidade do Norte. Tanto em 2018 quanto em 2022.

Socialista

E ainda vemos Rodrigo Bornholdt, do PSB. Então, considerando aí quatro candidaturas de oposição existe, sim, a possibilidade de se provocar o segundo turno. Para isso, Adriano vai ter que administrar as gorduras que pode queimar. Só não pode queimar demais a ponto de não liquidar no primeiro turno. A eleição promete ser eletrizante em Joinville.

foto>arquivo, divulgação

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