Em reunião com o governador eleito de Santa Catarina, Jorginho Mello, a Federação das Indústrias (FIESC) apresentou as prioridades do setor. Entre elas, destacam-se investimentos em infraestrutura de transporte e em energia, além da manutenção dos incentivos fiscais. “A indústria catarinense não quer nenhuma benesse. Quer condições para competir. Por isso, é importante criar um ambiente favorável para que o setor possa se desenvolver cada vez mais”, afirmou o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar. Mello participou da reunião mensal de diretoria da Federação, nesta sexta-feira, dia 18, em Florianópolis, que contou com a presença de lideranças industriais de todo o estado.
Aguiar explicou que há uma exigência legal para revisar os incentivos fiscais em 2023. “Nós não entendemos incentivo fiscal como renúncia fiscal, mas sim, como um instrumento que o estado tem para alavancar o desenvolvimento econômico. Então queremos participar dessa discussão importante com o governo e a Assembleia Legislativa para continuar o programa de incentivos”, disse. Ele salientou que isso é importante, inclusive, para evitar a perda de empresas para outros estados.
O presidente da FIESC também chamou a atenção para a diversificação industrial catarinense, cujos principais destinos dos produtos manufaturados são mercados exigentes, como os Estados Unidos e a União Europeia. “Isso mostra a qualidade do setor, que precisa de parcerias para continuar progredindo”, completou. Ele também colocou a entidade à disposição para criar programas de formação de mão de obra, outra grande demanda da indústria e do mercado de trabalho catarinense.
O governador eleito, por sua vez, disse que o canal de diálogo está aberto com o setor produtivo. “Somos parceiros e vamos continuar juntos para fazer desse estado um estado cada vez melhor”, afirmou. “Sobre os incentivos fiscais, vamos dar uma olhada com carinho nisso. Não precisamos aumentar tributo, mas sim, arrecadar com eficiência”, declarou.
Em seu discurso, Mello observou que os estados, no geral, estão endividados e o orçamento é todo comprometido. “Penso assim: se reduzir a carga tributária, se arrecada mais. Sou minoria nesse pensamento, mas estou convencido de que reduzindo a carga conseguiremos incluir quem está fora e arrecadar. Vou ver uma forma justa para termos um secretário da Fazenda que olhe os dois lados: do governo e também o lado de quem produz e precisa ser apoiado. Temos que ser um facilitador”, declarou.
Ainda em sua explanação, ele ressaltou a importância dos investimentos em infraestrutura, principalmente garantir o término da duplicação da BR-470, e avançar nas rodovias 282, 280 e 163. Também disse que pretende fazer um programa de revitalização das rodovias estaduais e vai elaborar um programa de crédito para micro e pequenos negócios, a exemplo do Pronampe. Também defendeu aumento dos investimentos em energia trifásica e em saneamento básico – aproveitando a aprovação do marco regulatório do setor.
foto>Filipe Scotti, Fiesc