Nesta semana, foi possível presenciar uma articulação sórdida, ardilosa, reunindo aparentemente figuras que não navegam na mesma base ideológica nem no mesmo contexto partidário. Senão, vejamos.
O Palácio do Planalto, representado por bancadas de esquerda na Câmara, setores do Centrão, tendo à frente Arthur Lira, presidente da Casa, resolveram puxar o freio de arrumação e inviabilizar a votação da Anistia, que entrou na pauta da CCJ, Comissão de Constituição e Justiça, poderosíssima, presidida pela deputada catarinense Carol De Toni.
Foram as mais variadas obstruções. As mais diversas. O relator chegou a apresentar a sua proposta favorável, mas, além das obstruções, Arthur Lira resolveu antecipar a ordem do dia e abriu a sessão no Plenário.
E sempre que isso ocorre, as comissões técnicas, imediatamente, são obrigadas a encerrar suas atividades. Evidentemente, essa movimentação palaciana de bancadas de esquerda e também de integrantes do Centrão em fina sintonia com o Supremo Tribunal Federal. O consórcio deseja, atua, emprega todas as suas forças para continuar perseguindo e punindo compatriotas.
Criminosos?
Ora, depois de todas as condenações, muitas com penas absolutamente desproporcionais, temos ainda muitos brasileiros presos, outros em prisão domiciliar ou controlados por tornozeleira eletrônica. Esses brasileiros, são quem? São os golpistas, os terroristas de 8 de janeiro? Claro que não.
Corruptos nadando de braçada
Enquanto isso, praticamente todos os grandes corruptos deste país foram descondenados, soltos e os que não foram ainda serão indenizados com juros e correção monetária. O Brasil realmente voltou. Sem falar em megatraficantes, assassinos, bandidos da pior espécie que simplesmente são ignorados pelo nosso bravo Judiciário. Uma festa.
Alexandre, o furioso
São esses “criminosos de altíssima periculosidade”, a turma do tal 8 de janeiro, que foi objeto da fúria de Alexandre de Moraes, das suas ilegalidades, dos abusos de autoridade, das suas arbitrariedades e tudo mais. E com a aquiescência dos demais membros do Supremo Tribunal Federal.
Contravapor
A Anistia era justamente para passar a régua, zerar esses abusos, essas ilegalidades. Muitos sequer tiveram direito ao devido processo legal, à defesa. Sem falar que eles não foram os responsáveis pela depredação, pelos atos de vandalismo.
Podem tudo
Esses sequer processados foram, porque sequer foram buscados, porque não são investigados, porque não interessava, porque foram esses que efetivamente causaram toda a balbúrdia. Mas, como foram escalados pela esquerda, continuam sendo poupados. Até quando?
STF manco
O Supremo é seletivo, só pune quem tem vinculação com a direita. De modo que aquela expectativa de que esse assunto chegasse a plenário já foi afastada. Esforço concentrado antes das eleições no Congresso foi o último esta semana. Agora, só depois das eleições.
Perder de vista
Não se sabe se haverá condições da CCJ votar a Anistia ainda esse ano. Mas vá que tenha a condição e que seja aprovada.
Sucessão
Arthur Lira colocará em plenário? Difícil. Ainda mais que, à medida que vai se aproximando o final do ano, vem a sua própria sucessão. Há vários candidatos na praça e a sucessão está bagunçada. Lira perdeu o controle sobre ela porque o Palácio do Planalto também entrou no processo. Pelo visto, Planalto e Arthur Lira devem fechar com o mesmo candidato.
Abaixo de zero
Mas, o que se presenciou na CCJ é uma demonstração de como estamos mal servidos no Congresso, particularmente na Câmara dos Deputados. Existe um grupo que deseja dar uma melhorada no ânimo do brasileiro. Mas, tem aqueles que querem cada vez mais colocar o país a pique.
foto>Os presos ilegalmento pelo Exército no 8 de janeiro – Jornal da Cidade On Line, divulgação