Já falamos aqui que Jorginho Mello aguarda o retorno de JB dos EUA para fazer o fechamento de seu primeiro escalão.
O ex-presidente indicará pelo menos um colaborador do secretariado estadual. Há, contudo, outra personalidade que poderá exercer influência junto ao colegiado do governador.
Trata-se de Arthur Lira (PP), presidente da Câmara dos Deputados, reeleito com 464 dos 513 votos da Casa Legislativa. Foi a maior votação de todos os tempos para um chefe do Poder.
Marca conquistada contra dois adversários que, juntos, somaram 40 votos.
Por que Arthur Lira? Porque ele se afeiçoou muito ao catarinense Darci de Matos, do PSD, que ficou como primeiro suplente de deputado federal em 2022 e representa a região de Joinville.
Os dois se aproximaram muito na legislatura anterior. Dentre os 16 catarinenses que estiveram na Câmara Federal entre 2019 e 2022, Darci foi o mais intimamente ligado a Lira. O pessedista trouxe o progressista inclusive para uma agenda em Santa Catarina.
Viva-voz
O próprio Lira revelou ao governador que ele teria um grande aliado em Brasília se não esquecesse o nome de Darci de Matos. São duas equações. 1. Mandar o ex-deputado de volta a Brasília. Neste caso, contudo, a costura passa pelo PSD. Será que o partido deseja fazer parte do governo? E mais. Será que Jorginho quer os pessedistas na máquina estadual sob sua direção?
Dupla
O MDB e o Progressistas estão fechados. Os dois representantes destas legendas tomam posse na quinta-feira, 23. Silvio Dreveck, do Progressistas, assumirá a Indústria, Comércio e Serviços. Ele é o primeiro suplente de federal da legenda. Pelo Manda Brasa, o nome é o deputado estadual reeleito Jerry Comper. Assumirá a poderosa pasta da Infraestrutura. Nada ainda foi oferecido ao PSD.
Informalidade
2. Na eventualidade de a sigla ficar de fora da administração estadual para o governador atender Lira ele teria que nomear Darci de Matos para o colegiado. Seria aquela velha e conhecida participação informal do PSD no governo. Até porque o ex-deputado não dá sinais de que vai deixar o partido a esta altura do campeonato. Mais adiante pode até avaliar o ingresso no PL.
Chegou chegando
De volta à Alec, é impressionante como o Podemos anda muito bem articulado na Casa. A legenda teve uma arrancada excepcional nesta nova legislatura. O Podemos elegeu três deputados estaduais.
Apetite
Diferentemente de todas as demais bancadas do seu porte na Casa, a sigla saiu-se muito bem na composição das comissões e da Mesa Diretora. O presidente da agremiação, Camilo Martins, assumiu a poderosíssima Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da Assembleia Legislativa. Por ali, passam todo os projetos que tramitam no Legislativo Estadual.
Emplacada
Esse fato é histórico. Nunca um parlamentar de primeiro mandato, caso de Camilo Martins, chegou já pilotando a CCJ. Ele tem experiencia. É advogado e foi prefeito de Palhoça por dois mandatos.
Outras posições
Lucas Neves, também estreante no Parlamento estadual, ficou na vice-presidência da Comissão de Finanças, a segunda mais poderosa da Casa. Por fim, a reeleita Paulinha da Silva foi escolhida primeira-secretária da Mesa Diretora. Uma mulher não exercia esta função desde Antonieta de Barros, na década de 1950.
Olhar para o futuro
O Podemos chegou para ocupar espaço e ter um protagonismo no pleito municipal de 2024. Senão, vejamos. O PL é a maior bancada, com 11 cadeiras estaduais; seguido pelo MDB, que tem seis deputados e do PT, com quatro parlamentares. Dentre as demais bancadas, as que ficaram com três ou menos assentos na Casa, o Podemos, indiscutivelmente, se destaca.
Folga
Enquanto isso, em Brasília, estabeleceu-se mais um recesso de 10 dias. As sessões só retornam em março. Afinal, suas excelências não são de ferro, trabalharam duro por 17 dias depois de 45 dias (15 em dezembro e 30 em janeiro) de recesso oficial. Haja calendário!
Na base
Câmara e Senado estão em recesso branco, mas na província, os líderes seguem articulando. O PL também elegeu seis federais, três mulheres e três homens. Um deles, muito ligado ao Jorginho Mello. Jorge Goetten nada tem a ver com Jair Bolsonaro. Zé Trovão teve relevância nos movimentos de caminhoneiros; é defensor de pautas bolsonaristas, mas também não é muito ligado ao ex-presidente.
Quarteto
Há, contudo, quatro que são bem mais próximos ao bolsonarisimo. Daniela Reinehr e Julia Zanatta, as duas em primeiro mandato; além de Caroline de Toni e Daniel Freitas, os dois reeleitos.
Credicard
Daniel conversou com Bolsonaro para ser o candidato ao Senado em dobradinha com Jorginho Mello no ano passado. À época, o presidente pediu que ele apoiasse Jorge Seif. O deputado praticou o gesto e ficou com crédito para uma das vagas ao Senado em 2026.
No caminho
Além dele, tanto Carol como Daniela, ambas do Oeste, são nomes naturais ao Senado, considerando-se que Jorginho Mello vai buscar a reeleição pelo PL. Como serão duas vagas e mais a posição de vice, tem espaços a serem distribuídos. É nesta direção que os liberais estão a raciocinar já neste início de legislatura. É do jogo.
foto>Ag. Senado, divulgação