O acordo entre o Centrão – PR, PP, DEM, Solidariedade, PRB e outros – e o presidenciável tucano Geraldo Alckmin ensejou algumas composições nos Estados. Em Santa Catarina, o apoio de Progressistas e Democratas na corrida presidencial do ex-governador paulista ficou condicionada à candidatura de Esperidião Amin ao governo. Em nenhum momento se estabeleceu que João Paulo Kleinübing seria o vice. Somente o acordo para a cabeça de chapa, com o ex-governador do PP.
Quem articula tudo isso fortemente nos bastidores é o ex-governador, ex-senador e ex-ministro Jorge Konder Bornhausen, que tem grande proximidade com Geraldo Alckmin. JKB não quer saber de Gelson Merisio de candidato, liderando a coalizão de oposição ao MDB. Mesmo vendo o filho, Paulo Bornhausen, fechadíssimo com o pessedista desde o ano passado.
Depois de ter insistido em montar a equação com Paulo Bauer na cabeça, Jorge Bornhausen agora aposta todas as suas fichas em Esperidião Amin.
Seria, também, uma forma de dar uma enquadrada na seção Barriga-Verde do PSDB, considerando-se que o PP e o DEM vão dar preciosos minutos de TV e apoios estaduais a Geraldo Alckmin.
Nos bastidores também já circula a provável nominata que tende a sair dessa costura, iniciada a partir do novo contexto nacional. Esperidião Amin ao governo com Napoleão Bernardes de vice. E Paulo Bauer e João Paulo Kleinübing ao Senado.
Ficaria com dois nomes do Vale (Napoleão e JPK), o maior colégio eleitoral de Santa Catarina; um do Norte do Estado (Bauer) e outro da Grande Florianópolis (Amin).
As demais regiões, Oeste (com Planalto Norte) e Sul seriam contempladas nas suplências. Tudo isso sendo articulado na véspera da convenção do PSD e mais 10 partidos que estão no projeto de Gelson Merisio, neste sábado, na Capital. A estratégia é clara. Isolar o PSD. Muito embora o partido de Gilberto Kasssab, correligionário de Merisio e Raimundo Colombo (que se beneficia se Amin sair da corrida ao Senado), também já esteja fechado com o presidenciável tucano.
Não resta a menor dúvida de que, se essa solução (PP, PSDB e DEM) for concretizada, o PSD de Santa Catarina não vai apoiar Alckmin. Deve dar palanque a Jair Bolsonaro, o que pode atrair o PSL catarinense para a área de influência de Merisio e eventualmente para uma composição.