Informações que chegam de Brasília dão conta da possibilidade de uma revirolta no caso do senador Jorge Seif Júnior, alvo de um processo de cassação que chegou à Justiça Eleitoral de Brasília.
Ele elegeu-se senador com quase 1 milhão de votos sobre Raimundo Colombo e está sendo acossado pelos pessedistas.
O PSD não quer quase nada. Só a cassação de um senador eleito e a nomeação do segundo colocado. Sem a necessidade de nova eleição. Afinal, oportunismo pouco é bobagem.
Trocando em miúdos: querem dar, de mãos beijadas, quase sete anos de mandato a Raimundo Colombo.
A alegação dos advogados do PSD é surreal. Numa nova eleição, candidatos que não disputaram em 2022 poderiam concorrer agora em 2024.
Vejam só. É uma brincadeira de mau gosto.
Nada disso
O MPF (Ministério Público Federal) junto ao TSE acabou acolhendo a solicitação do PSD catarinense, mas no que diz respeito à cassação do mandato (por suposto abuso de poder econômico). A promotoria não entrou nesse absurdo de degolar o eleito e nomear o segundo colocado de 2022.
Lei é clara
O MPF recomenda nova eleição, como reza a lei, aliás. E aí fica tudo na mesma porque Colombo, se disputar, vai pedir pela terceira vez consecutiva. Depois de dois mandatos de governador!
Cabo eleitoral
É evidente que, uma vez cassado Jorge Seif, Jair Bolsonaro vai focar em Santa Catarina para eleger novo senador. Assim como fez com o próprio Seif (em 2022) e com Moisés da Silva em 2018.
Fenômeno
Isso que Bolsonaro nem pisou no estado naquele ano, quando Lucas Esmeraldino não chegou ao Senado por 18 mil votos.
Meia volta?
Do Planalto Central, os bastidores indicam que os ministros do TSE, tendo à frente o todo-poderoso Alexandre de Moraes, já estariam reavaliando a estratégia inicial de imolar o senador eleito pelo PL catarinense.
Proximidade
Sem sombra de dúvidas, Seif hoje é um dos congressistas mais intimamente ligados a Jair Bolsonaro. É tratado como filho 06 pelo ex-presidente.
Seis e meia dúzia
De que adiantaria, então, cassar Seif se Bolsonaro elegeria o novo mandatário à Câmara Alta? Seria trocar seis por meia dúzia. Aliás, já existe o entendimento entre Bolsonaro, Seif e Jorginho Mello para que a escolha do novo candidato, uma vez vingando a cassação, seria conjunta entre os três.
Alto lá
Isso já afasta qualquer possibilidade de uma candidatura de fora do PL. Não custa lembrar que já tem liderança do PSD se alvoroçando de olho na vaga.
Menos
Mas podem ir tirando o cavalinho da chuva. Primeiro porque Bolsonaro não tem como não respaldar um nome que não seja do Partido Liberal. Segundo os três (Bolsonaro, Seif e Jorginho) não escolheriam um nome que não fosse conservador evidentemente.
Togas
Paralelamente, as informações que chegam dos meios jurídicos e políticos da capital federal apontam no sentido de que estariam desistindo de degolar Seif. O mesmo valeria para o paranaense Sérgio Moro.
Na mira
Nessa semana, ou ainda esse mês, o Tribunal Eleitoral do Paraná deve se manifestar sobre o caso de Moro. Muito provavelmente pela cassação do ex-juiz. Por aqui, TRE-SC inocentou Jorge Seif.
Guru
Mesmo assim, o próprio Lula da Silva teria comentado, num grupo fechado de amigos e correligionários, que não vê sentido na cassação de Moro. Primeiro porque o petista enxerga a atuação dele como apagada no Senado. Segundo porque, se o cassarem, dificilmente sua esposa, Rosângela, deputada federal, perderia o pleito suplementar. E, se não for ela a candidata, o nome favorito deve vir respaldado pelo PL.
Quase
O deputado federal à época, hoje sem mandato, Paulo Martins, ficou nos calcanhares de Moro na eleição de 2022. Ou seja, tudo indica que no estado vizinho uma nova eleição guindará Rosângela ou Martins ao Senado. Ponto.
Mal das pernas
Seria uma demonstração de que o PT está enfraquecido. A paranaense Gleisi Hoffmann, que já foi senadora e hoje é deputada federal, não tem a menor chance. O mesmo ocorre em Santa Catarina, seja com Décio Lima ou outro nome petista. Ou seja, pode estar em gestação um cavalo-de-pau no projeto de cassar os dois senadores sulistas.