Moisés da Silva foi cirúrgico ao montar seu Colegiado. Há três nomes que ocupam posições estratégicas no governo. Funções delicadas e que ao longo do tempo ensejavam encaminhamentos nada ortodoxos. O governador mapeou três militares. Na Saúde, o tenente coronel do Corpo de Bombeiros, Helton Zeferino. Ele é médico e tem doutorado.
A pasta da Administração está sob a batuta de outro tenente coronel, que também tem doutorado, Jorge Tasca.
Em outro setor nevrálgico do governo, Moisés nomeou um coronel do Exército, Carlos Hassler. Indicação do vice-presidente, Hamilton Mourão.
Além da competência do trio, eles são íntegros. E não estão lá por acaso. A partir do momento que você coloca pessoas de confiança e sérias nestas pastas, passa a existir controle, por exemplo, sobre o gigantesco setor de compras da Saúde. Segmento que por muito tempo, em vários governos, foi operado para, digamos, outros fins.
Na estrutura montada pelo governador, é possível controlar, também, os contratos sob responsabilidade da Secretaria de Administração. Está havendo uma depuração de acordos superfaturados e também a análise de contratos desnecessários.
Finalmente, a mesma lógica passou a vigorar na Infraestrutura. O Deinfra vai ser extinto. Ali, como se sabe, fizeram verdadeiras loucuras no passado. Coisas do arco da velha.
Há, ainda, outras cinco posições estratégicas no Colegiado de Moisés da Silva. Embora tenha vinculação histórica ao MDB, Paulo Eli, mantido, é um técnico competente. E tem suas ações acompanhadas com muita atenção e carinho.
Nas duas estatais, Celesc e Casan, o governador escolheu nomes eminentemente técnicos, sem qualquer vinculação política.
Na Casa Civil, quem pilota é Douglas Borba, político habilidoso e da absoluta confiança do governador. Por fim, na Controladoria Geral do Estado, proposta dentro do pacote de reforma administrativa que está na Alesc, o titular será o professor Luiz Felipe Ferreira, também técnico, competente e da confiança de Moisés da Silva. Ele, ao lado de Tasca, coordenou todo o processo de transição, da eleição até a posse de Moisés da Silva.
Explicações
Jorge Tasca estará, na próxima terça-feira, na Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia. Fará explanação sobre o conteúdo da reforma administrativa e responderá a questionamentos e dúvidas dos deputados.
Aproximação
Na semana que passou, Jorge Tasca esteve no almoço do bloco que reúne o PSB, o PP, o PV e o PRB na Assembleia. Foi a convite do deputado Nazareno Martins. O secretário apresentou esclarecimentos sobre o pacote de reforma administrativa. Se convidado, Tasca atenderá às demais bancadas e blocos do Parlamento estadual para o mesmo procedimento. É o Executivo buscando maior aproximação e azeitar canais com o Legislativo.
Fim do papel
No dia 2 de abril, o governo do Estado vira a página, literalmente, saindo da era do papel e entrando totalmente em funcionamento digital. Cumprida a meta da reforma administrativa e agora a eliminação do papel, o secretário Jorge Tasca vai se debruçar a mapear todos os imóveis pertencentes ao governo catarinense.