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As marcas de cada candidato no debate do SBT

O SBT Santa Catarina cumpriu à risca o seu ideal de que a cidadania se consolida por meio do acesso à informação. O primeiro debate na TV estadual com os candidatos ao governo, transmitido ao vivo na sexta-feira, das 11h45min às 13h30min, foi de altíssimo nível e num formato que permitiu a confrontação de ideias, propostas e questionamentos entre os candidatos, reservando, ainda, espaço para perguntas de lideranças da sociedade.

Nos quatro blocos, temas fundamentais para o futuro do Estado e que preocupam os catarinenses foram abordados.

Logo de cara, o novato Jessé Pereira, que foi candidato de última hora, perguntou a Décio Lima o que ele faria para combater a corrupção. O tema aparece em todas as pesquisas entre os que mais geram dor de cabeça ao eleitorado. Mas no decorrer do debate, essa questão dos malfeitos com dinheiro público acabou ofuscada ou esquecida pelos candidatos.

Os debatedores priorizaram assuntos de Segurança Pública, Saúde, Educação e geração de empregos, além do estrangulamento infraestrutural de SC. Os três primeiros temas são figurinhas carimbadas em todas as campanhas, o que por si só demonstra como são pautas complexas, delicadas e que carecem verdadeiramente de gestão e seriedade nas suas conduções a partir de janeiro de 2019! Também participaram os candidatos Gelson Merisio (PSD), Mauro Mariani (MDB), Comandante Moisés (PSL) e Leonel Camasão (PSOL).

foto>divulgação

MARCAS

A coluna agora lista seis pontos que mais foram citados ou chamaram a atenção do colunista nas manifestações dos seis candidatos ao governo que participaram do debate no SBT Santa Catarina. A avaliação fica restrita à postura de cada um no debate. Se as marcas deles vão convencer o eleitorado ou se as promessas serão cumpridas pelo eleito, aí já são outros quinhentos! Lembrando que há outros três nomes concorrendo ao governo estadual, mas que pertencem a partidos que não têm ao menos cinco representantes no Congresso Nacional (Câmara ou Senado).

Pela ordem alfabética

Comandante Moisés – O candidato do PSL, partido de Jair Bolsonaro, citou o presidenciável, mas não em muitas oportunidades. Coronel da reserva do Corpo de Bombeiros, demonstrou ser muito articulado, com boa eloquência e profundo conhecimento sobre o problema seríssimo da Segurança Pública. Até por seu antecedente profissional, além de tratar com desenvoltura e inteligência outros pontos difíceis, como Educação e desenvolvimento. São características que, aliadas à onda Bolsonaro, podem torna-lo a surpresa destas eleições.

 Décio Lima – Candidato do PT, de Lula da Silva, o deputado concentrou baterias nas críticas à continuidade que existe em Santa Catarina há 16 anos, numa alusão direta a Gelson Merisio e Mauro Mariani. Colocou-se como o novo, embora nenhum dos atuais concorrentes tenha disputado a majoritária estadual e demonstrou a articulação e preparo que já são conhecidos.  Também procurou lembrar aos telespectadores/eleitores que tem experiência administrativa, pois foi prefeito de Blumenau por oito anos.

Gelson Merisio – Bastante objetivo e claro em suas propostas, demonstrou a firmeza nos posicionamentos, sobretudo nas propostas de enxugar a máquina pública – com a extinção de 1,2 mil dos 1,4 mil cargos de confiança do governo -, e de combater os bolsões de pobreza que existem em Santa Catarina. Mas sua principal marca nesta largada foi a postura de enfretamento ao crime organizado, via fortalecimento das polícias Militar e Civil, investimento em tecnologia e inteligência.

Jessé Pereira – Presbítero da Assembleia de Deus e candidato que assumiu a condição na última hora, demonstrou desenvoltura até surpreendente. Trouxe algumas propostas conceituais, como o aumento da geração de empregos incentivada pela diminuição de impostos de quem estiver criando vagas de trabalho. Também fez questão de vincular seu discurso à sua fé cristã e aos valores ensinados pela Bíblia. Além de criticar a continuidade que seria representada por outros postulantes.

Leonel Camasão – Jovem, mas jornalista de formação, demonstrou grande desenvoltura frente às Câmaras. Mesclou as propostas de seu partido, o PSOL, de orientação esquerdista – como a ideia de uma polícia desmilitarizada e mais preventiva do que reativa. Procurou se colocar como um cidadão “comum” e idealista. Também criticou o continuísmo que seria representado por outros candidatos, buscando passar a imagem de renovação.

Mauro Mariani – O mais sorridente, em nenhum momento entrou nas provocações a ele dirigidas, até por ser do mesmo partido dos atuais governador do Estado e do presidente da República. Focou nas propostas, demonstrando conhecimento sobre a realidade catarinense, mas procurando, o tempo todo, desvincular-se do continuísmo. Até porque, nunca disputou a majoritária estadual como os demais candidatos. Ele também mandou recados à militância do MDB, repetindo que é o maior partido do Estado.

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