As nuances da eleição em Joinville
O quadro pré-eleitoral de Joinville permite projetar nuances que podem tornar sui generis a disputa do ano que vem. Tudo indica que o pleito marcará a volta ao circuito do ex-prefeito Carlito Mers (PT), que saiu mal do governo, em 2012, fez baixíssima votação para deputado federal na sequência, no embalo de uma condenação judicial que depois foi revogada. Seu desempenho será uma incógnita. O atual mandatário, Udo Döhler (PMDB), é um homem correto, certamente vai tentar novo mandato, mas também não faz um bom governo. Além disso, tem estilo seco, não é afeito ao diálogo, o que é pré-requisito para um alto cargo público.
Pelo PSD, quem surge novamente é o deputado estadual Darci de Matos, que disputou em 2008 e não chegou lá. O pessedista tem boa performance como legislador e até por isso é assim que é visto pelo eleitorado de Joinville: como deputado e não com um perfil de executivo.
Correndo por fora
Diante deste quadro, o que se comenta e se projeta na classe média formadora de opinião da maior cidade catarinense é a possibilidade da candidatura do médico José Aluísio Vieira, o doutor Xuxo, agora filiado ao PP, surpreender.
O neo-progressista tem um belo histórico de atuação social que o coloca na categoria de cidadão benquisto na cidade. Pilotando há muitos anos a Fundação Pró-Rim, doutor Xuxo já ajudou a salvar muitas vidas. Essa inserção lhe garantiu, numa campanha modesta, 63 mil votos para deputado federal em 2014. Não foi o suficiente para assegurar uma cadeira, mas o desempenho dele dentro de Joinville ficou muito próximo ao do deputado federal reeleito e ex-prefeito por sete anos, Marco Tebaldi (PSDB).
Por tudo isso, há quem anteveja a possibilidade de Xuxo, correndo por fora, surpreender PSDB, PMDB, PSD e PT numa tacada só. A conferir.
Histórico
Doutor Xuxo foi candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada por Mauro Mariani em 2008. A dupla ficou em quarto lugar. O curioso é que o médico é irmão do ex-deputado José Carlos Vieira, que era o favorito no pleito municipal de 1988, sob as bênçãos do ex-prefeito Wittich Freitag.
Vieira era o secretário de Obras, mas quem acabou vencendo a eleição, de forma surpreendente, foi Luiz Gomes, o Lula, que era filiado ao extinto PDS. A mesma reviravolta poderia ocorrer 28 anos depois, só que desta vez a favor do irmão de José Carlos Vieira!
Fôlego
Líder do governo Colombo na Assembleia, o deputado Silvio Dreveck, uma das figuras mais proeminentes do PP catarinense, está impressionado com o fôlego do deputado federal Esperidião Amin. O ex-governador, candidatíssimo a novo mandato, tem demonstrando vitalidade, vontade e apetite que estavam adormecidos há anos. Trabalhando num ritmo acelerado, Amin vem percorrendo todo o Estado e, além das reuniões partidárias, está proferindo inúmeras palestras em universidades.
Expectativa
Sílvio Dreveck revela que todo esse ânimo de Amin está trazendo antigos filiados de volta ao PP por todo o Estado. São pessoas que deixaram o PP neste período de domínio de PMDB-PSD, mas que não se filiaram a outras legendas. E agora estão voltando. Para Dreveck, o PP pode ter um resultado bem melhor nas eleições de 2016 se comparado aos pleitos mais recentes.