Blog do Prisco
Coluna do dia

As perspectivas de Moisés no Republicanos

Depois de uma longa temporada, quase dois anos sem filiação partidária, Moisés da Silva assinou ficha no Republicanos esta semana. Foi em Brasília, em um ato absolutamente reservado e que contou com a presença do presidente nacional Marcos Pereira e do dirigente da sigla no Estado, deputado Sérgio Mota.
Uma vez filiado, o governador vai buscar apoios, alianças. Moisés teve ofertas de três grandes partidos: o MDB, o PP e o PSDB.
Se ele vai conseguir o respaldo de um deles ou de dois, dos três não será possível, pois PP e MDB não estarão no mesmo barco, são como água e vinho, é uma grande incógnita.
A dúvida agora é saber se Moisés, alistado num partido de pequeno porte, conseguirá sensibilizar algumas dessas siglas que o convidaram lá atrás para o acompanharem na caminhada eleitoral.
É uma grande dúvida. Ao natural, para um governador que busca a reeleição, ele teria que ter algo em torno de 40% das intenções de voto a esta altura do campeonato. No mínimo.

Abaixo da média

Moisés da Silva não bate em 20%, segundo os últimos levantamentos publicados. O governador está muito bem com deputados e também junto a vários prefeitos. Na Alesc, cerca de 30 deputados têm votado com o governo.

Cheiro de povo

O chefe do Executivo estadual, contudo, não aparece bem lá na ponta, entre o eleitorado catarinense.
Ele precisa então que parlamentares e prefeitos levem o seu nome para os eleitores. Só que prefeitos e deputados terão compromissos eleitorais com seus candidatos, seus partidos.

E?
Será que eles vão se vincular ao governador para pedir apoio a ele sem estarem no mesmo barco?

Espaço precioso

O tempo de rádio e TV também é importante historicamente. Para o atual governador, terá peso ainda maior. Sobretudo se considerarmos que ele está no quarto ano de mandato e mesmo assim não é muito conhecido no eleitorado. Especialmente as inserções de 30 segundos, que têm grande alcance.

Partido pequeno

O Republicanos tem pouco espaço na propaganda eleitoral. Isso pode ser resolvido mediante alianças com grandes legendas, o que está totalmente em aberto neste momento.

Caminho

Como se vê, a escolha de Moisés enseja muitas dúvidas daqui até as convenções homologatórias, que têm prazo fatal em 5 de agosto.

Proximidade

O governador ouviu conselhos de amigos militares e figuras políticas com quem ele já convivia antes de 2018, como o secretário nacional de Articulação, Lucas Esmeraldino, que não se elegeu senador por 18 mil votos em 2018.

De saída

O secretário da Casa Civil, Eron Giordani, não foi ouvido neste contexto. Defendia o ingresso de Moisés no Podemos ou no MDB. Neste cenário, o titular da pasta estratégica anunciou o desembarque do governo.
Moisés terá que nomear outro articulador político muito embora nada de extraordinário deva ocorrer daqui em diante na Assembleia Legislativa, considerando-se o período eleitoral.