Na tarde desta terça-feira, 7, a Comissão de Constituição e Justiça da Alesc admitiu projeto de lei do deputado Jessé Lopes que pretende sustar os decretos de calamidade pública em Santa Catarina (Atos 2.8 e 3.8 de 2020).
O placar e os argumentos usados em favor do PL são, no mínimo, absurdos. Líder do governo Moisés até o começo deste ano, Maurício Eskudlark votou pela sustação dos atos governamentais.
Justificou dizendo que o chefe do Executivo estadual teria invadido a competência dos municípios, além de tratar todos da mesma maneira. Segundo ele, nas cidades onde não há casos de Coronavírus, o comércio e as indústrias não deveriam fechar, assim como escolas, etc.
Para o deputado, alguns municípios deveriam parar e outros não. Algo vai muito mal na Alesc. Não se viu isso em lugar algum do mundo. Como seria isso, uma cidade sim e outra fora da quarentena.
Bom, além de Eskudlark, votaram a favor da admissão da matéria o próprio autor, Jessé Lopes, que ainda é correligionário de Moisés da Silva, assim como Ana Campagnolo. Outro deputado do PL, Ivan Naatz, além de João Amin, que parece estar sem bússola política, e o emedebista Luiz Fernando Vampiro. Este, aliás, foi o primeiro convidado pelo governador a assumir a liderança do governo no Parlamento. Ele aceitou o convite mas depois o partido impediu que assumisse a função. Vampiro também foi colega de faculdade do governador.
Por ironia do destino, os únicos deputados que votaram a favor de Moisés foram Paulinha da Silva, do PDT, líder governista, e o petista Fabiano do Luz, que teve seu parecer derrotado.
Curiosamente, dois deputados de partidos de esquerda, considerando-se que o governador elegeu-se no movimento de direita junto com Jair Bolsonaro e deputados.
O que poderia estar querendo com essa postura? Não está claro ainda, mas o que é cristalino é que existem figuras políticas por trás desses movimentos para tentar desestabilizar o governo de Santa Catarina.