A Associação Catarinense de Imprensa (ACI)/Casa do Jornalista lamenta o falecimento ocorrido nesta quinta-feira (22/07), em Lages, do jornalista, economista e escritor Névio Santana Fernandes.
O veterano e reconhecido profissional de comunicação morreu aos 87 anos de idade, vítima de uma parada cardíaca. Tinha mais de seis décadas de atividade profissional.
O jornalismo gráfico estava no sangue de Névio Santana Fernandes que desde os 13 anos trabalhava em jornal e brilhou nas páginas da imprensa serrana.
Em 2012, a ACI prestou a ele significativa homenagem durante o 5º Encontro da Imprensa Catarinense, em Chapecó, por 50 anos de dedicação ao jornalismo.
Névio nasceu em Lages (SC) em 20 de junho de 1934. Era casado com Leonete Aparecida Lins Fernandes e tinha seis filhos. Com apenas 13 anos de idade iniciou a vida jornalística escrevendo um jornal de próprio punho, denominado A Cidade que circulava semanalmente e era lido de mão em mão.
Com o apoio de algumas personalidades locais passou a ser correspondente da Gazeta Esportiva de São Paulo e do Diário de Notícias, de Porto Alegre. Paralelamente colaborava com os jornais locais Guia Serrano e Região Serrana. Em 1956 ingressou no Correio Lageano, a convite do empresário José Paschoal Baggio onde, por 39 anos foi editor-chefe.
Escreveu mais de 10 mil artigos. Na vivência de mais de 50 anos na redação do Correio Lageano teve oportunidade de entrevistar dez presidentes da República e um Primeiro-Ministro, por ocasião do regime parlamentarista na década de 60.
Era considerado o decano da imprensa da Serra Catarinense. Acompanhou toda a trajetória do Correio Lageano, desde a circulação semanal até a diária, inclusive a informatização do jornal, a partir dos anos 90.
Névio Fernandes presidiu a Associação Lageana de Escritores e participou do Conselho Municipal de Política Cultural, na cadeira de Literatura. Memória e Patrimônio.
O jornalista acompanhou o auge do ciclo da madeira, viu Lages aumentar em mais de cinco vezes sua população sempre atrás de um bloco de notas. Jornalista dotado de uma memória fora do comum, gostava de fazer matérias sobre educação. Palmeirense, cinéfilo e lageano nato, já foi suplente de vereador.