Associação dos Oficiais está distribuindo a nota abaixo, criticando comentários e tratamento dispensado a militares na CPI dos Respiradores.
Considerando a repercussão de recente depoimento prestado à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) – constituída na ALESC para apurar indícios de irregularidade na aquisição de 200 ventiladores pulmonares pela Secretaria de Estado da Saúde – não podemos nos abster de lamentar a forma com que o parlamentar relator se pronunciou, com comentários que desrespeitam os Militares Estaduais. A Associação de Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (ACORS) considera totalmente equivocada a maneira generalizada como se reportaram aos Militares Estaduais nas sessões realizadas pela Comissão.
Assim como respeitamos os protocolos inerentes à atividade parlamentar, não podemos aceitar que se refiram de forma pejorativa às respeitosas práticas de educação e tratamento pessoal, formas de relacionamento adotadas pelas instituições militares que, entre tantos valores democráticos, prezam pela ética, a manutenção da ordem, o respeito no uso da fala e o cordial tratamento entre as diversas classes profissionais e autoridades constituídas.
Criteriosamente selecionados, após rigorosas etapas de ingresso, os militares são capacitados para bem servir ao Estado e ao povo catarinense, este sim, verdadeiro credor e foco de atuação das forças de segurança que agem acima de interesses políticos partidários e pessoais. Os Militares Estaduais atuam na defesa dos interesses coletivos, honrando o juramento prestado, estando ou não em serviço, “… mesmo com o risco da própria vida.”.
Há 200 anos, com histórias de honra e louvor, os militares servem e protegem, sem distinções e de maneira uniforme, a todos os catarinenses. Para tanto, seguem à risca as leis que regem os limites de atuação, como também suas normas e estatuto, com respeito hierárquico e disciplina, regras estas que ditam a forma harmônica de relacionamento, respeito e cumprimento de nossas missões.
Não podemos admitir comparativos fúteis e tratamentos pejorativos relacionados ao respeito militar, bem como às corporações militares estaduais, quando é no bojo de nossos quartéis que são formados aqueles que prezam pela ordem, pelo bem estar, pela proteção das pessoas e do Estado, pela defesa das leis. Em defesa de quem defende a sociedade, quem tem a nobreza de servir à população catarinense em atividades complexas e de risco, externamos nossa convicção de que a generalização proferida por membro da Casa Legislativa, a qual detém nosso mais elevado respeito e reconhecimento em nosso país, não pode ser replicada, sob nenhuma espécie ou argumento.
Desejamos votos de sucesso às atividades investigativas realizadas pela ALESC na apuração dos fatos e na busca aos responsáveis, mas rogamos aos senhores parlamentares que mantenham foco no mais importante princípio democrático: o respeito.
SÉRGIO LUÍS SELL
Coronel PM Presidente da ACORS