A semana promete ser das mais movimentadas em Brasília a partir do fim do recesso parlamentar. Período no qual, registre-se, o próprio presidente da República continuou liderando a articulação no varejo – com liberação de emendas, cargos, etc e tal – pessoalmente junto aos deputados.
Salvo uma hecatombe, está claro que a oposição não terá os votos necessários para aprovar o prosseguimento, no STF, da denúncia por corrupção passiva apresentada por Rodrigo Janot. Resta saber então o que virá de delação premiada entre esta primeira investida e a segunda do Procurador-Geral da República, que está pronta para ser encaminhada ao Supremo.
E mesmo que haja novas delações bombásticas com Eduardo Cunha, Rocha Loures, Lúcio Funaro, Antônio Palocci, a verdade é que o presidente da República já perdeu, se desgastou, se desidratou o que tinha pra perder. Sua aceitação, de acordo com as pesquisas, está em 5%, superando negativamente o ex-campeões José Sarney e Dilma Rousseff. Significa que Temer balança, mas não cai.
Você amanhã
Um fator que poderia desequilibrar o quadro atual em desfavor de Michel Temer seria o povo na rua. Mas de forma espontânea e com milhões de pessoas protestando, como ocorreu em 2013. Até porque, parcela considerável dos congressistas está pisando em ovos. Podem ser alvejados a qualquer momento devido ao contexto da Lava Jato. Ou seja, deputados e senadores podem ser Michel Temer amanhã, o que favorece o chefe do Executivo.
Não representam
Outro vértice desta equação momentânea é que o PT, os sindicatos e os chamados partidos de esquerda não tem mais moral alguma no sentido de liderar mobilizações legítimas contra os malfeitos da política. Conseguem mobilizar apenas sua própria turma.
Perspectivas
Napoleão Bernardes é, dentre os jovens políticos catarinenses, o que tem as melhores perspectivas de futuro atualmente. Ao ser reeleito prefeito de Blumenau, conquistou aprovação administrativa e como gestor. Some-se a isso as características natas do alcaide – carisma, empatia e desenvoltura verbal.
Evolução
Faltava a Napoleão um quinto item para se tornar uma possibilidade viável até mesmo para a majoritária já em 2018: capacidade de articulação política, que ele provou ter de sobra nas eleições do ano passado. Em 2012, o tucano foi eleito com apoio do seu partido e apenas tendo o DEM como aliado. Quatro anos depois, a aliança vencedora agregou mais 12 partidos.
Façanha
Importante registrar também que entre os aliados do prefeito de Blumenau estão o PMDB e o PP, inimigos mortais no plano estadual. E nenhum dos dois indicou o vice-prefeito, que é do PSB de Paulo Bornhausen.
Mulheres no comando
A deputada Ana Paula Lima, presidente do PT de Blumenau, teve encontro recente com a presidente do PT Nacional, Gleisi Hoffmann, em Brasília. A reunião tratou da agenda de mobilizações contra as reformas da Previdência e Tributária, que entram na pauta de votações do Congresso no segundo semestre. Elas também discutiram o calendário de eventos do setorial de Mulheres do PT.