Barbas de molho
Por 10 votos contra um, o Supremo Tribunal Federal estabeleceu, em julgamento de ação proposta pelo PPS, que é inconstitucional integrantes do Ministério Público ocuparem cargos no Poder Executivo. A decisão colegiada veio logo após o procurador Wellington César Lima e Silva, da Bahia, ter sido nomeado ministro da Justiça. A troca de comando foi uma manobra de Lula da Silva para tentar enquadrar a Polícia Federal. O Supremo deu 20 dias para o procurador baiano desligar-se do MP ou deixar a pasta.
O entendimento dos ministros do Supremo, contudo, tem abrangência nacional. Pelo menos é a leitura que fazem juristas neste momento. Significa, então, que o secretário de Segurança Pública de Santa Catarina, César Grubba (foto), que segue no cargo desde a posse de Raimundo Colombo como governador, em 2011, terá que optar: ou renuncia à função de promotor de Justiça ou terá que deixar o cargo estadual. Neste caso específico há uma variável importante. Grubba ingressou no Ministério Público antes da Constituição de 1988 e pode, portanto, não ser alcançado pela determinação do Supremo. Tudo vai depender dos termos do voto do relator Gilmar Mendes, que mereceu o acolhimento de outros nove ministros. Somente com a publicação do Acórdão é que se saberá se o despacho de Mendes restringe-se ou não ao período pós-Constituinte.
Vale lembrar que Grubba pleiteia, nos bastidores, uma vaga no Tribunal de Justiça, via quinto constitucional, como representante do Ministério Público de Santa Catarina.
No ninho
Empresário Roberto Amaral (SBT SC), hoje presidente do CIASC, aceitou convite do PSDB e vai assinar ficha no ninho tucano. Deve formalizar o ingresso na legenda até a próxima semana, provavelmente no dia 17 de março. Amigo de Raimundo Colombo há 40 anos, Amaral já conversou com o governador a respeito.
Disputa em Lages
Pré-candidato a prefeito de Lages, ele não encontrou espaço no PSD para levar o projeto adiante. No dia 9 de fevereiro, a coluna antecipou que o bem-sucedido empresário lageano havia sido convidado pela cúpula do PSDB e que a tendência era de aceitar o desafio. Na última terça-feira, Roberto Amaral recebeu uma ligação do senador Aécio Neves, que lhe desejou boas vindas ao PSDB.
Encurralado
Lula da Silva agora está formalmente denunciado à Justiça. O Ministério Público estadual de São Paulo apresentou denúncia contra o ex-presidente por lavagem de dinheiro e falsidade ideológica, no contexto de uma investigação que já dura cinco anos. O ex-metalúrgico ainda não foi denunciado na Lava Jato.
Causa e efeito
Na Pesquisa feita pelo Instituto Paraná entre os dias 28 de fevereiro de 2 de março, perguntou-se ao distinto público se o apoio de Lula a um candidato a prefeito da cidade aumentaria, diminuiria ou não alteraria a vontade do eleitor de votar naquele concorrente. Para 43,5% dos ouvidos, o apoio do fundador do PT diminuiria a vontade de votar no candidato a prefeito. Para outros 42,1%, a intervenção de Lula não mudaria a escolha eleitoral no município. Somente 13,4% afirmam que o apoio do petista aumentaria a disposição para votar em determinado candidato.
Mais influente
Neste quesito, o apoio do senador Aécio Neves teria o condão aumentar em 35% a disposição dos entrevistados de votar no postulante. Para 17,9%, a afinidade do concorrente com o líder tucano diminuiria a vontade de votar em A ou B. E para 45,5%, a presença de Aécio não alteraria o panorama.
Os votos dela
A mesma pergunta foi feita em relação ao apoio da ex-senadora Marina Silva. Ele tem capacidade de aumentar a disposição de voto em 32,9% dos eleitores. Para 16%, essa vontade diminuiria enquanto 49,4% não se sentem influenciados por eventuais apoios da presidenciável.
