O clima de Fla x Flu, de guerrilha, de baixo nível, de acusações levianas e de falta de postura que contaminou os demais poderes e instituições nacionais, bem como a mídia e as redes sociais, parece que está definitivamente instalando no Supremo Tribunal Federal, atualmente mais conhecido pela impunidade aos crimes dos poderosos do que pelo rigor, pela via constitucional, nas decisões.
Na sessão de quinta-feira, o cúmulo do absurdo. Um bate-boca de boteco ocorreu entre os ministros Gilmar Mendes (conhecido pelos encontros com Michel Temer e pela troca constante de telefonemas com Aécio Neves) e Luiz Roberto Barroso, indicado pelo PT e que desde que chegou à corte procura fazer o contraponto a Mendes.
Ao alfinetar a questão do uso dos depósitos judiciais para pagamentos de dívidas dos Estados, citando o Rio de Janeiro, Estado de Barroso (que defende esta prática), sugerindo que o Estado fluminense não seria exemplo, Mendes ouviu de Barroso que a baliza então poderia ser dada pelo Mato Grosso (Estado de Gilmar Mendes), “onde está todo mundo preso.” Isso que estavam analisando a extinção de um tribunal de contas no Ceará.
Bateu, levou
O mato-grossense retrucou, acusando Barroso de ter soltado o notório bandido Zé Dirceu. Daí foram quase mais dois minutos de acusações e truculência verbal inadmissível para o que se convencionou chamar de suprema corte, que, por excelência, deveria ser a guardiã da Carta Magna. Dar o exemplo. Ser e parecer uma instituição séria. A politização do STF está entrando, perigosamente, pelo viés da politicagem chula.
Queda-de-braço
Se não estivéssemos falando do Supremo e sim de um boteco, daria para cravar, tranquilamente, que Barroso trucidou Mendes depois de ser provocado. Mas não há como negar: chegamos ao fundo do poço. Se não bastasse o Executivo e o Legislativo, agora o Judiciário envereda pelo caminho pantanoso da desmoralização.
Definição
Em tempos de STF “abodegado”, cabe refletir na definição do verbete Larápio. “Diz-se que na Roma antiga havia um pretor romano: LUCIUS ANTONIUS RUFUS APPIUS, célebre por proferir decisões favoráveis a quem melhor lhe pagasse, e que assinava suas sentenças L.A.R. APPIUS, a qual restou inserida em nossos léxicos como larápio, que significa aquele que furta, gatuno, ratoneiro.”
UFSC: vergonha
A sucessão de desmandos, trapalhadas e tragédias que envolvem o comando da UFSC depõe contra a instituição, Santa Catarina e o ensino superior no Estado e no Brasil. Se não fosse verdade, ninguém acreditaria: um procurador federal ameaça a reitora interina; que revoga uma decisão estratégica de seu chefe de gabinete; que pede a conta na hora e leva mais gente que foi indicada pelo falecido Cao Cancellier; levando o Conselho Universitário a já avaliar a destituição de Alacoque Erdmann não é teatro do absurdo. É o fim da picada.
Justo
Deputado João Amin vem liderando o movimento político para que a cidade de Itajaí tenha uma unidade do Hemosc. Com hospitais que atendem em alta complexidade, a região fica refém da central de Florianópolis. Maurício Eskudlark está apoiando o pleito. Que, aliás, é justo!