A base de apoio de Jair Bolsonaro em Santa Catarina está dividida. O Estado, todos sabem, é o mais bolsonarista do país. Não custa lembrar que os catarinenses elegeram o governador na onda conservadora de 2018, um personagem até então absolutamente desconhecido. Por 18 mil votos, o movimento não elegeu um senador, Lucas Esmeraldino, mas emplacou quatro deputados federais e seis estaduais naquele pleito.
Transcorrido quatro anos, contudo, Moisés da Silva se afastou de Bolsonaro. Na mão inversa, o senador Jorginho Mello (PL) construiu a aproximação com o presidente e Esperidião Amin (PP), que já era ligado ao atual chefe da nação, aprofundou os laços.
Jorginho e Amin estão aí como pré-candidatos para oferecer palanque a Jair Bolsonaro. Se os dois serão candidatos, de fato, ou se vão buscar o entendimento numa composição, o tempo dirá. Jorginho já sinaliza há tempos que esse é seu projeto e segue firme nessa direção. O prazo fatal é 5 de agosto, quando expira o calendário para realização das convenções homologatórias. Se houver acordo entre Amin e Mello, ele terá que ser oficializado até esta data.
Pelas beiradas
O governador está na dele. Não vai procurar federalizar a eleição, mas espera, também, receber votos de Bolsonaro. Não na mesma proporção que Jorginho ou Esperidião, evidentemente.
Viés estadual
Gean Loureiro vai ter que buscar um pleito mais estadualizado, assim como Moisés. Luciano Bivar, presidente do partido de Gean (União Brasil) é candidato a presidente. E parece que vai até o fim nessa empreitada.
Solução estadual
Isso é importante em alguns estados como na Bahia. Lá, ACM Neto, o malvadezinha, candidato a governador, tendo Bivar de candidato a presidente não passará pelo desconforto de ter que explicar que não está apoiando Jair Bolsonaro num estado que é reduto petista.
Em Goiás, Ronaldo Caiado tenta a reeleição e a candidatura de Bivar também é interessante no contexto local.
Pedra no sapato
Aqui em Santa Catarina essa candidatura nacional do União Brasil não interessa muito a Gean Loureiro. Em solo catarinense, Bivar não representa absolutamente nada na ordem das coisas. Mas inviabiliza que Gean ofereça palanque ao presidente. Por isso, ele terá que apostar numa eleição estadualizada.
A esquerda, claro, vai com o descondenado Lula da Silva. Resta saber se vai inteira eu se haverá ruptura.
Digitais
Esse cenário atual de apoios ao presidente em Santa Catarina, ao fim e ao cabo, não agrega, mas divide. O que nos leva a crer que Jair Bolsonaro terá que entrar no circuito de forma mais incisiva para aparar as arestas catarinenses que vão lhe respaldar na disputa.
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