Bastidores fervem na Capital
Articulações frenéticas em Florianópolis. Topázio Silveira Neto é candidato natural à reeleição. O prefeito sucedeu Gean Loureiro que renunciou em 31 de março de 2022 para concorrer ao governo do estado. Gean é filiado ao União Brasil e Topázio ao PSD.
A leitura óbvia é a de que o UB indiciaria o vice do atual prefeito em seu projeto de renovar o mandato, na figura de Ed Pereira, secretário municipal e vereador licenciado.
Aí começaram as especulações de que Gean e o UB já estão com Topázio e que o MDB indicaria o vice ideal, ampliando a aliança. Até para dar um chega pra lá em Dário Berger na Capital.
Surgiu aí o nome do presidente da Câmara de Vereadores, João Cobalchini, filho do deputado federal Valdir Cobalchini. O vereador segue filiado ao UB. Só aguarda, contudo, a janela de março para voltar ao Manda Brasa.
João Cobalchini teve inclusive uma interinidade como prefeito em função da viagem do prefeito à Coreia do Sul.
Topázio, lembremos, compareceu em recente evento de filiações do MDB na Capital, posando para fotos com o 15 estampado no peito.
Balão de ensaio
Nesse meio tempo, o PL de Jorginho Mello deixa transpirar a informação de que a deputada estadual recordista de votos, Ana Campagnolo, poderia ser o nome do partido em Florianópolis.
Capitalização
Afinal de contas, Ana Campagnolo fez para estadual mais votos na Capital do que Angela Amin, que foi duas vezes prefeita. Pelo visto, contudo, a possibilidade da candidatura de Ana teria sido utilizada para reaproximar o governador do prefeito. E vice-versa.
Força
Se PSD e PL estiverem juntos na Capital com Dário Berger fora e tendo apenas a candidatura de Marquito Abreu pela esquerda, a reeleição de Topázio Neto em primeiro turno ficaria muito bem encaminhada. Nesse contexto, o PL indicaria o vice do atual mandatário municipal, abrindo mão de encabeçar uma chapa.
Reunião
E quem seria esse nome pelos liberais? Na sexta-feira, o PL realizou um grande evento no Hotel Majestic, em Florianópolis, empossando o novo comando municipal. O presidente do PL na Capital é Heleno Martins, fiel escudeiro de Jorginho Mello. Topázio Silveira Neto também compareceu, a exemplo do que já tinha feito no ato do MDB.
Nome novo
Representando o governador lá estava o primogênito Bruno Mello, formado em Odontologia. Filipe Mello, o outro filho de Jorginho, é advogado. Bruno seria uma opção para compor de vice de Topázio. Seria o DNA do governador, as digitais de Jorginho na chapa. Poderemos ter aí PSD e PL juntos na Capital do Estado, cruzando o sangue. Familiar inclusive, com o DNA dos Mello.
Máquina
Se efetivamente isso ganhar corpo é muito difícil que não tenhamos uma definição favorável no primeiro turno da eleição em Florianópolis. A menos que haja uma hecatombe, pois teríamos o primogênito do govenador junto com o atual prefeito, que vive bom momento e é favorito à reeleição.
Calendário
E esse encaminhamento seria para Topázio Neto completar o eventual segundo mandato e depois abrindo espaço para Bruno Mello concorrer a prefeito em 2028 como nome natural?
Partindo-se da premissa que Jorginho Mello será reeleito em 2026, Bruno disputaria o paço da Capital com o apoio do governador dois anos depois.
História
Lembremos de Esperidião Amin, que se elegeu novamente governador em 1998, dois anos após Angela Amin, sua esposa, conquistar a prefeitura de Florianópolis.
Século passado
Ela havia perdido o governo do Estado em 1994 para Paulo Afonso Vieira. De 1999 até 2002, quando Amin foi surpreendido na reeleição contra Luiz Henrique da Silveira, governador e prefeita da Capital dividiam o mesmo leito.
Nesse caso atual, seria o governador com o filho eventualmente prefeito a partir de 2029.
Projeções
Mas há outra alternativa em perspectiva. Topázio poderia ser o nome ao Senado numa das duas vagas em 2026 na chapa a ser liderada por Jorginho Mello, o que poderia abrir caminho para Bruno Mello assumir a prefeitura da Capital com dois anos de mandato e a possibilidade de buscar a reeleição em 2028.
São conjecturas, projeções, especulações que correm nos bastidores.