Já ficou claro para o senador Dário Berger que o MDB não confia nele, o que leva ao aumento das especulações sobre nova mudança partidária. O atual emedebista está no sétimo partido.
Faz questão de escancarar que tem as portas abertas para migrar ao PSB, sigla que já foi pilotada no estado pelo irmão Djalma Berger.
Vale lembrar que Dário nunca construiu partido, nunca deu bola pra legenda alguma. Sempre atuou para o seu grupinho de São José. Ponto.
Em 2014, estava em baixa quando foi presenteado por Mauro Mariani, numa derrapada histórica, ganhando a condição de disputar o Senado pelo MDB.
Mandato que agora está na reta final e que só comprova que Berger não criou raízes no MDB. Tanto que não será o candidato do partido ao governo.
Dário, o canhoto
Se pular para o PSB, as informações de bastidores indicam que ele lideraria uma frente de esquerda (?!) no Estado, com o PT indicando o candidato a vice-governador.
Realmente Dário Berger é um líder esquerdista nato. Elegeu-se por dois mandatos em São José alistado no PFL. Depois migrou para o PSDB e agora está no MDB.
Laços profissionais
É bem verdade que a família Berger tinha contatos estreitos e azeitados nos governos do PT. Alguns laços estariam firmes e fortes até hoje inclusive.
Tiro no escuro
Mas daí a apostar numa chapa canhota liderada pelo atual senador emedebista soa quase como um deboche. Considerando-se, contudo, que ideologia e programas de governo viraram anedotas usadas conforme a conveniência do momento, não é possível duvidar de nada.
Vaga
Voltando ao MDB, se Dário Berger realmente sair, sobram dois nomes: Celso Maldaner e Antídio Lunelli. Como o deputado federal deve abrir para o prefeito, sobraria Lunelli e mais a sombra de Moisés da Silva.
Vice
Que já ofertou a vaga de vice a Antídio Lunelli, prometendo a ele um ano de governo em 2026 e a candidatura pelo MDB. Moisés iria ao Senado. A conferir os desdobramentos. Em princípio, no entanto, o prefeito de Jaraguá do Sul não trabalha com esta hipótese.
Também quero
Percebendo toda a movimentação, a bancada estadual do PSD já tratou de cruzar talheres com a do MDB, externando o desejo de fazer parte de uma aliança.
Reedição
O PSDB pode entrar nessa história, o que seria a reedição da famosa tríplice aliança de Luiz Henrique da Silveira. Convenhamos, seria uma chapa forte, fortíssima.
Vem de cima
Não se pode, contudo, deixar de avaliar o cenário nacional. O quadro estadual vai depender e muito das definições federais. Isso vale para todos os partidos. Como fica o PSD se o partido tiver mesmo candidatura à Presidência na figura do senador Rodrigo Pacheco? O PSDB vai de João Doria. O MDB ensaia apresentar o nome da senadora Simone Tebet e por aí vai.
Nome natural
Por falar em PSD, a candidatura natural do partido em Santa Catarina seria com Napoleão Bernardes. Ex-governador de dois mandatos, Raimundo Colombo, a seu turno, é muito ligado a Gilberto Kassab, embora tenha obtido um desempenho sofrível em 2018. Ficou com menos de 1 milhão de votos na corrida ao Senado.
Moisés generoso
Moisés da Silva está com a carteira recheada e aberta. Resta saber qual será a reação de prefeitos e deputados depois que as torneiras se fecharem por imposição da legislação eleitoral em 2022.
Sopelsa no centro
Outro aspecto será o papel destacado que desempenhará o futuro presidente da Alesc, deputado Moacir Sopelsa. Considerando-se que a vice-governadora, Daniela Reinehr, disputará as eleições, qualquer afastamento de Moisés da Silva do cargo levará o parlamentar ao comando do governo catarinense. Experiente e articulado, Sopelsa está no centro do tabuleiro político-eleitoral neste momento.