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Bauer questiona contas de Dilma

O senador Paulo Bauer (PSDB/SC) questionou a presidente afastada Dilma Rousseff sobre a transparência nas contas públicas e as ações que levaram à acusação de crime de responsabilidade por parte dos juristas Hélio Bicudo, Janaína Paschoal e Miguel Real Jr. A intervenção de Paulo Bauer foi técnica, indo direto aos pontos das denúncias, deixando de lado questões políticas.

“Optei por essa linha por achar que a presidente devesse falar exclusivamente sobre as denúncias que lhe são imputadas. Assim, agilizamos o processo”, explicou o senador.

Antes, no entanto, o senador catarinense enumerou os diversos erros de gestão do governo Dilma que levaram à crise econômica como obras inacabadas, o rombo nos fundos de pensão aparelhados politicamente, o excessivo número de ministérios (chegou a 39 e nomeou cerca de 90 ao longo de seus anos de governo), a corrupção, inflação, desemprego entre outros.

Bauer lembrou o histórico do processo até o momento, recordando que a acusação feita pelos juristas de que Dilma havia cometido crime de responsabilidade foi aceita pela Câmara dos Deputados e remetida para investigação no Senado Federal.

“Agora, nós os senadores, somos os juízes dessa questão aqui sob a presidência do presidente do Supremo Tribunal Federal. E para formar juízo, é preciso compreender os fatos e conhecer os argumentos de quem é acusado de sua prática”, ponderou o senador, para quem o processo é constitucional e permitiu a plena defesa da presidente.

Bauer questionou Dilma a respeito dos débitos não lançados nos balanços do governo, maquiando as contas públicas.

“Vossa Excelência acha correto que o governo não cientifique em seu balanço e contas públicas o valor de seus débitos com as instituições financeiras, sejam elas quais foram?”, questionou Bauer.

Em sua resposta, Dilma tentou justificar a falta de transparência afirmando que o Banco Central não determinava esta obrigação. Segundo a presidente afastada, não houve, portanto, a maquiagem das contas, apesar da omissão de dados que mostravam um rombo no orçamento público.

Para o senador Paulo Bauer, a resposta de Dilma foi uma resposta de quem não preza pela transparência nas contas públicas. Segundo o parlamentar, que é contador e administrador por formação, muito antes de leis e normas, as regras contábeis mandam que as prestações de contas sejam transparentes.

“A sociedade não viu uma resposta de quem tem responsabilidade com a coisa pública, mas de quem age conforme as conveniências políticas. Ela só mandou o projeto para corrigir a meta porque os fatos vieram a público e porque a farsa da campanha eleitoral foi desmascarada. Dilma usou e interpretou leis e normas conforme suas conveniências e suas necessidades”, afirmou Bauer ao analisar a resposta de Dilma à sua pergunta.

 

 

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