A passagem de Jair e Michelle Bolsonaro por Santa Catarina confirmou a expectativa, a indiscutível popularidade do casal pelos lados da província. Especialmente a do ex-presidente.
Isso foi possível de ser verificado nas suas aparições públicas em São José, em Florinanópolis; ou em Ituporanga, no Alto Vale do Itajaí, região essencialmente bolsonarista.
Michelle demonstrou muita desevolvtura verbal, carisma e vem moblizando, país afora, um segmento que fez falta para a reeleição de Bosonaro: o voto feminino, notadamente os sufrágios das mulheres jovens.
A missão dela é a de justamente procurar consolidar essa situação. Não de olho em votos para o marido, mas para o partido, para o projeto conservador de 2026. Mesmo que não tivesse tido os direitos políticos cassados, Bolsonaro, na avaliação do colunista, não seria mais nome para o próximo pleito. Os números eleitorais apresentados pelas urnas eletrônicas viraram essa página.
Opção
A fila anda. Michelle não seria nome para presidência já em 2026 até por sua inexperiência. Poderia, no entanto,a compor uma chapa liderada por Tarício de Freitas (SP) ou Romeu Zema (MG).
Café com leite
Ou eventualmente ela poderá disputar o Senado – muito provavelmente pelo Distrito Federal – e os dois governadores formarem uma chapa presidencial.
Musculatura
A realidade é que Bolsonaro continua muito forte em SC. A agenda evidenciou, caracterizou, ainda, que a voz política do ex-presidnete no estado é a de Jorginho Mello. E fim de papo.
Laços
Não se hospeda em casa alguém que não seja um amigo, alguém que não seja íntimo. Foi o que ocorreu. O casal pernoitou no Palácio Residencial a convite do governador.
Pensão completa
Os Bolsonaros tomaram café, almoçaram e jantaram na Casa d’Agronômica. Não se desgrudaram do anfitrião. Era perceptível a proximidade deles, a ponto de Bolsonaro sempre estar com a mão no ombro de Jorginho.
Amigos, amigos
O ex-presidente tem outras ligações políticas no Estado, especialmente nas fitguras do senador Esperdião Amin, do PP, e na do ex-deputado Rogério Peninha Mendonça, do MDB.
Apreço
Bolsonaro tem estima, apreço e quer muito bem os dois. Eles sempre tricotaram ao longo das carreiras políticas.
Nome
Jair Bolsonaro estará alinhado a Jorginho Mello quando o assunto são as próximas duas eleições. Não apenas pelo fato dele ser governador e correligionário, mas pela postura do catarinense, que distribui provas inequívocas de sua lealdade.
Municipalismo
O fato novo será a efetiva participação de Jair Bolsonaro no pleito municipal do ano que vem, algo que não ocorreu em 2020. Ele era presidente, não tinha tempo para participar do pleito municipal. Santa Catarina terá atenção especial do líder conservador.
Conta
Até porque ele deve muito politicamente aos catarinenses. O ex-presidente nunca baixou de 70% dos votos por aqui.
Relevante
Santa Catarina é o nono colégio eleitoral do país. É o calcanhar de Aquiles para Lula da Silva, que não por acaso colocou seu amigo, compadre e correligionário Décio Lima na proa do Sebrae nacional. O ex-prefeito de Blumenau comanda um orçamento bilionário para tentar mudar a situação aqui.
Missão quase impossível
Não será fácil. É um grande desafio para Décio e o PT ganharem musculatura eleitoral além dos segmentos cativos a seu projeto de poder. Já Jorginho poderá fortalecer muito o seu PL, tendo o líder da direita nacional como cabo eleitoral.
Margem de segurança
O PL precisa aumentar o número de prefeitos em Santa Catarina. É verdade que as eleições de Moisés e Jorginho, nas duas ondas Bolsonaro, não precisaram de prefeitos para que os dois chegassem ao governo. É evidente, contudo, que quanto mais prefeituras o PL fizer, mais bem encaminhada estará a recondução do atual governador nas próximas eleições majoritárias.
Ônus
Por outro lado, a proximidade entre Jorginho e Bolsonaro colocou o governador na mira da mídia canhota e vassala nacional. Não se pode desconsiderar, ainda, que o governo atual poderá fechar as torneiras de transferência de recursos da União para Santa Catarina.