Coluna do dia

Bolsonaro na mira

Bolsonaro na mira

Todas as atenções do picadeiro político tupiniquim voltadas para o “julgamento” de Jair Bolsonaro pelo TSE. O espetáculo começa esta semana.
É um contexto que tem seus traços dos tempos do impeachment de Dilma Rousseff, embora com encaminhamentos diferentes.
Ela foi apeada do poder. Ele deve ter seus direitos políticos suspensos por oito anos. A intenção é tirá-lo do jogo sucessório. O ex-presidente não deve ser preso até para não ser martirizado e potencializar sua força entre o eleitorado conservador e o de centro.
A corte eleitoral já deixou isso muito claro. Além do processo cujo julgamento se inicia esta semana, há outras ações na agulha para o caso desta não vingar conforme o desejado pelo narcoestado.
É muito provável, contudo, que a ação em tela venha a ser liquidada ainda em junho.
Com Bolsonaro fora do jogo, o caminho da direita está aberto para um governador liderar o segmento daqui a três anos: Romeu Zema, de Minas, ou Tarcísio de Freitas, de São Paulo.
Michelle Bolsonaro está no cenário. Muito provavelmente seria opção para compor chapa.

Ao natural

Os dois mandatários são nomes naturais. Poderia ser resgatada a velha e tradicional política do café com leite, que marcou a primeira metade do século passado. Teria um paulista e um mineiro na chapa.

Dupla forte

Não resta a menor dúvida de que uma composição envolvendo Tarcísio e Zema ficaria muito forte e competitiva.

Grande eleitor

Bolsonaro pode até ser retirado da disputa eleitoral. Mas não vão caçá-lo no seu direito de circular pelo país – é o que se imagina, mas…- pedindo votos para candidatos do PL ou candidatos conservadores.

Perseguição

O fato dele se tornar inelegível não tirará musculatura eleitoral do ex-presidente. A perseguição, uma vez escancarada, pode até fortalecê-lo ainda mais. Seria o grande cabo eleitoral do próximo pleito.

Perfil

Caso típico de Santa Catarina Por aqui, em 2018, o conservadorismo liderado por Jair Bolsonaro elegeu um governador. Por 18 mil votos não elegeu senador, mas emplacou quatro federais e seis estaduais.

Reonda

Em 2022, a onda ganhou ainda mais força. Novamente a direita a reboque do ex-presidente elegeu o governador, além da vice, um senador, seis federais e nada mais nada menos do que 11 deputados na Alesc.

Incógnita

Como virá o pleito de 2026 para os catarinenses? Mais próximo de 2018 ou de 2022? Ainda é muito cedo para qualquer projeção mais abalizada, mas que a direita terá força no Estado, isso não se discute. Não se imaginava, por exemplo, que no ano passado Bolsonaro teria uma influência ainda maior do que teve há quatro anos no estado.

Limites petistas

Em SC, convém lembrar, o PT nunca elegeu um governador. O partido já administrou algumas das maiores cidades do Estado, mas foi um período. Nunca mais retornou ao poder em Joinville, Blumenau, Criciúma e Chapecó, por exemplo.

Avanço

É bem verdade que ano passado a união de quase todas as esquerdas levou Décio Lima, um petista de carteirinha, ao segundo turno da eleição estadual. Foi a primeira vez na história que o PT carimbou passaporte para o round decisivo do pleito Barriga-Verde. Mesmo assim, o ex-prefeito de Blumenau fez 30% dos sufrágios. Salvo algo extraordinário, trata-se do teto canhoto entre o eleitoral catarinense.

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