Coluna do dia

Bolsonaro no palanque

Em recente conversa com o governador Jorginho Mello, o ex-presidente Jair Bolsonaro deixou muito claro que pretende marcar presença nas eleições municipais desse ano em Santa Catarina.
Diferentemente do que ocorreu em 2020, quando ele estava no exercício da Presidência e ficou distante dos palanques eleitorais.
Agora com tempo, Bolsonaro deseja retribuir as expressivas votações conquistadas aqui nos pleitos de 2018 e de 2022. Há seis anos, o líder conservador fez 76% dos votos contra o poste Fernando Haddad.
Em 2022, marcou 70% dos sufrágios na disputa com Lula da Silva.
É bom que isso ocorra sob o aspecto eleitoral. Em seu governo, Bolsonaro ficou devendo e muito em obras, ações e transferências de recursos ao estado.
Nessa recente rodada com Jorginho, o ex-presidente sinalizou que o governador pode escolher 10 cidades onde ele marcará presença, envolvendo-se diretamente nas eleições.
O governador deve estar raciocinando na direção das principais cidades catarinenses: Joinville, Florianópolis, Blumenau, São José, Chapecó, Criciúma, Tubarão, Lages, Jaraguá do Sul, Balneário Camboriú, Itajaí e Brusque.

Volúvel

Uma lista sujeita a alterações, evidentemente, mas que não deve fugir muito desses centros.
O objetivo do governador é eleger seis prefeitos entre os 12 maiores colégios eleitorais de Santa Catarina. Na pior das hipóteses, quatro nomes do PL, o que representaria um terço desses municípios.

Assembleia

Paralelamente à questão das eleições municipais, Jorginho Mello já começa a se envolver numa outra disputa, essa bem mais restrita: o comando da Assembleia Legislativa.

Barbeiragens

Em 2023, no dia 1 de fevereiro, foi eleito o emedebista Mauro de Nadal.
Ocorreu que, pelas articulações desastradas de alguns deputados como Ivan Naatz, Maurício Eskudlark e outros, por muito pouco o PL não ficou de fora da Mesa Diretora.

Gesto

Eskudlark só emplacou a vice-presidência porque outros partidos que já estavam fechados com Mauro de Nadal abriram mão do espaço. Sem esse gesto, o PL teria ficado de fora. Os liberais haviam fechado com Zé Milton, do PP, partido que tem uma bancada de três deputados. Contra o MDB que tem seis nomes na Alesc.

Digitais

Jorginho Mello não quer ser surpreendido novamente. Ao que tudo indica, ele, com o apoio do filho, Filipe Mello, que gosta de fazer política, vai pilotar o processo. Até para não ser atropelado.

Período estratégico

O presidente a ser eleito em 2025 ficará no cargo até fevereiro de 2027, ou seja, vai comandar o Parlamento estadual nos dois anos que antecederão o pleito de 2026, quando o atual governador será candidato à reeleição.

Cálculos

O objetivo é tentar pelo menos metade da bancada do MDB, ou seja, três deputados. Mais os 12 do PL (esse é o número de deputados estaduais do partido com a chegada de Egídio Ferrari); e os três do PP. Já seriam 18 deputados. Somando-se mais dois do Podemos (Camilo Martins e Lucas Neves). A sigla ainda tem como filiada a deputada Paulinha da Silva, mas ela já está com um pé e meio no PSD, onde seu marido, o prefeito de Bombinhas, já buscou abrigo.

Atração

Estamos falando de 20 deputados. Há outros partidos com apenas um representante na Alesc e que poderiam ser atraídos pela força da máquina estadual.
Mas é preciso ação, articulação e dedicação a essa questão para que o governador não venha a sofrer um revés na escolha do novo presidente da Assembleia Legislativa. Revés que poderia lhe custar caro ali adiante.

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