Golpe verdadeiro
Enquanto Michel Temer atua fortemente para tornar a Lava Jato anêmica, diminuindo o Orçamento da Polícia Federal em 40% e cortando de nove para apenas quatro o número de delegados à disposição da força-tarefa, nos subterrâneos do universo político-jurídico está sendo urdido um verdadeiro golpe no país.
Tudo com as digitais novamente de PT, do PMDB, claro, e agora atraindo o PSDB para o jogo golpista. Cardeais dos três maiores partidos, todos envolvidos até a medula no butim à viúva, em “parceria” com figuras do Judiciário do quilate de Dias Toffoli (que por muitos anos advogou em favor do PT e de Lula) e Gilmar Mendes, que nunca escondeu sua, digamos, simpatia pelo atual presidente, trama-se acabar com a prisão compulsória de réus condenados em segundo grau.
De pronto, seria permitir que Lula da Silva, ou Dilma Rousseff, ou até mesmo Aécio Neves, que estão na iminência de serem condenados em primeiro grau, estejam em liberdade e com condições eleitorais até o esgotamento dos recursos junto aos tribunais superiores (STJ e STF). Ou seja, à “disposição” para o pleito legítimo de 2018.
Terceiro round
Em 2016, os doutos ministros do STF decidiram que réus condenados em segunda instância poderiam recorrer. Mas presos. Como houve uma revisão desta súmula vinculante, agora Mendes quer a re-revisão, alegando que mudou de opinião. E basta seu voto para virar o placar na Suprema Corte. Na prática, o Brasil voltaria a ser o que sempre foi, vide o caso de Paulo Maluf: condena-se os corruptos, os grandes responsáveis pelas mazelas sociais, mas eles seguiriam livres e com mandatos!
Alegria dos causídicos
As infinitas chicanas jurídicas permitem, aos larápios de colarinho branco, a vida doce longe das grades e perto dos cofres públicos. Há escritórios especializados – e caros – em manter os engravatados dentro de confortáveis escritórios, tramando contra a nação. Seria um retrocesso inaceitável e com teor para motivar novas, verdadeiras, legítimas e gigantescas manifestações no país.
Fechados
“Em todos os momentos da sua vida pública e como membro do PMDB catarinense, Dário sempre foi um dos mais contundentes apoiadores de Luiz Henrique da Silveira. Como está inquestionavelmente comprovado, votou e esteve ao lado de Luiz Henrique da Silveira, não só na ocasião de sua candidatura à Presidência do Senado, como também nas suas ações políticas”. Trecho de nota oficial, assinada pelo presidente do PMDB-SC, Mauro Mariani, em apoio a Dário Berger. Reforça que os dois estão fechados com vistas a 2018!
Comandante
Lula da Silva colocou seus guerrilheiros e terroristas na rua quarta-feira. Temer, embora tenha se tornado um zumbi, deu o recado, colocando as forças-armadas nas ruas, no que agiu muito bem. Manifestação é uma coisa. Guerrilha urbana é coisa de bandidos e foras-da-lei.
Balela
Impressiona, positivamente, como a balela das Direitas Já, apresentada ao distinto público como mais um lance de oportunismo extremo das “esquerdas”, não encontra respaldo em lugar algum. Nem na sociedade e muito menos no Congresso Nacional. Só dentro do corporativismo de seus séquitos de fanáticos.
Sinalização
Diante do quadro atual, se Raimundo Colombo optar pela renúncia para disputar o Senado e resolver deixar o poder no fim deste ano, ele sinaliza claramente que articula para estar novamente com o PMDB nas eleições de 2018. Se escolher a data fatal da primeira semana de abril, dá a senha definitiva para o projeto de Gelson Merisio.