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Brasil quebra sem Previdência, diz Marun

O ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, Carlos Marun, defendeu a aprovação da reforma da previdência durante reunião com lideranças do setor produtivo catarinense, realizada nesta sexta-feira (26), na Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), em Florianópolis. “Vim pedir apoio para que a reforma possa ser aprovada. É impossível que qualquer País do mundo se viabilize economicamente investindo no déficit previdenciário mais do que investe em educação, saúde e segurança somados”, declarou, lembrando que o déficit da previdência em 2017 foi de R$ 268 bilhões. “Estamos a cerca de 20 dias de uma das mais importantes decisões que o Brasil tem que tomar”, resumiu o ministro, referindo-se à votação na Câmara dos Deputados prevista para meados de fevereiro.

“Sabemos que é um tema importante que se insere no contexto das reformas que o governo vem fazendo no sentido de modernizar o ambiente institucional. A reforma da previdência é indispensável, necessária e é pré-condição para que o País, de fato, assegure sustentabilidade à recuperação da economia que se encontra em curso”, afirmou o presidente da FIESC, Glauco José Côrte.

Na FIESC, ministro Carlos Marun reuniu-se com lideranças do setor produtivo de SC (fotos: Fernando Willadino)

O presidente da FIESC reiterou o compromisso do setor produtivo catarinense com as medidas que o governo tem tomado no sentido de criar um ambiente mais favorável aos investimentos. “Santa Catarina está unida a esse movimento que visa ampliar as condições para que o País possa consolidar o crescimento que iniciou em 2017. O empresário catarinense continua investindo, gerando empregos e confiante de que o País está caminhando no rumo certo para manter uma trajetória de crescimento com sustentabilidade”, disse.

Carlos Marun salientou que o País está diante de uma bifurcação: ou aprova a reforma da previdência e abre a possibilidade de um ano positivo ou sai pelo outro lado onde a reversão de expectativas deve levar a um aumento dos juros. “O Brasil não tem outro caminho que não seja quebrar se não aprovar a reforma. Não só pelo aspecto fiscal. Temos um crescimento astronômico do déficit previdenciário. Esse ano (2017) foi de 18% quando tivemos uma inflação de 3%”, argumentou, lembrando que se a reforma não for aprovada, em 2020 só haverá espaço para as despesas vinculadas.

Também participaram da reunião na FIESC representantes das entidades que integram o Conselho das Federações Empresariais de Santa Catarina (COFEM) e o senador Dalirio Beber.

Apoio à reforma: Em linha com campanha nacional, liderada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a FIESC adotou o mote “Previdência: reforma hoje, tranquilidade amanhã”. No site www.reformadaprevidenciahoje.com.br, há, inclusive, um quadro com mitos e verdades sobre o assunto.

O Brasil teria uma economia de R$ 1,02 trilhão até 2028, caso a reforma da previdência estivesse em vigor desde 1º de junho de 2017. A projeção foi feita pela CNI, tomando como base as regras para aposentadoria previstas no texto que está sendo negociado entre o governo e os parlamentares. Entre essas regras estão a idade mínima para aposentadoria de 65 anos para homens e 62 anos para mulheres, a equiparação entre trabalhadores da iniciativa privada e servidores públicos e regra de transição até 2037.

A economia é significativa e aumenta na medida em que o tempo avança. Começa em R$ 2,87 bilhões (valor de dezembro de 2017), e cresce progressivamente até alcançar R$ 1,02 trilhão em 2028. Os valores da economia acumulados ano a ano foram calculados a partir de projeções feitas pelo Ministério da Fazenda e representam a diferença entre os gastos projetados com a manutenção das regras previdenciárias atuais e as despesas previstas com a mudança dos critérios para a aposentadoria. Além disso, o cálculo considera que, com a reforma, o déficit público diminuiria e, consequentemente, cairia o valor dos juros pagos sobre o valor economizado.

Para dar uma ideia da dimensão do valor que poderia ser economizado com a reforma, a CNI converteu esse valor, como exemplo, em número de hospitais e escolas, pois saúde e educação são serviços públicos importantes para todos os brasileiros. Com o R$ 1 trilhão que seria economizado até 2028, poderiam ser construídas 221.664 escolas ou 40.786 hospitais. Esse cálculo considera que cada escola custa R$ 4,16 milhões, como informa o Portal de Compras do Governo Federal. Para a construção dos hospitais, foram considerados os valores da Secretaria de Saúde de Mato Grosso, que orça em R$ 25 milhões a construção de um hospital com 350 leitos.

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