Blog do Prisco
Coluna do dia

Brasil sob censura

As esquerdas falam tanto em ditadura militar, mas não perdem a oportunidade de mostrar seu DNA ditatorial e absolutista. Esse projeto de “combate” às Fake News é  um belo exemplo. Trata-se de um ataque descarado à liberdade de expressão. Nas redes sociais. O Código Penal brasileiro já prevê, há 80 anos (!), as punições para os crimes de calúnia, difamação e injúria. Na mesma linha, existem as medidas cíveis a serem adotadas em tais enquadramentos penais.
E agora estão criando uma lei só para as redes sociais? E a mídia tradicional, fica tudo como está? Isso não é combate às Fake News. Só se for na China. As notícias falsas precisam ser combatidas com rigor, por óbvio. Mas não assim. O texto aprovado no Senado semana passada e que começou a tramitar na Câmara esta semana é censura. Vem para reprimir a liberdade de pensamento, de expressão do cidadão comum. Seremos a primeira democracia do mundo a controlar a internet. Mais um verdadeiro escândalo neste país.
Tudo muito bem embalado sob o manto da liberdade, da transparência e da responsabilidade com a informação. Hipocrisia pouca é bobagem. Conversa mole.  Toda essa movimentação tem endereço muito claro.

Toma-lá-dá-cá

Políticos enrolados até o pescoço, empresas de comunicação que viram secar a outrora inesgotável teta da viúva federal e jornalistas-militantes de esquerda, todos querendo fazer média com o STF, os deuses do olimpo tupiniquim.

Quietinhos

Outro ponto estarrecedor. O silêncio conivente da grande mídia. Pergunta-se: vamos adotar estes mesmos critérios para as empresas de comunicação convencional? Ah, mas aqui não tem fake News, eles se apressam a dizer. Não? Claro que tem. Tem fake, tem manipulação, tem distorção, tem mentira, tem cobertura tendenciosa, tem de tudo.

Inquérito ilegal

O STF, nunca é demais lembrar, criou, a 18 meses, a peça jurídica mais bizarra da história da corte. Um inquérito no qual os supremos juízes se autodelegaram as funções de investigar (polícia), denunciar (Ministério Público) e julgar (juízes, desde que eles não sejam as “vítimas”).

Polícia política

É o fim do mundo. Já determinaram mandados de busca e apreensão contra cidadãos que sequer foram indiciados, muito menos denunciadas. Sequer investigados. O único objetivo é punir e calar quem se manifesta contra suas supremas excelências.

Aliviando a barra

O mais grave ainda foi o apoio de 44 dos 81 senadores a este escracho que chamam de projeto de combate às Fake News. Tudo discutido e votado no afogadilho, sem debate amplo. Neste grupo estão senadores de esquerda e aqueles que têm, digamos, penduricalhos com a Justiça. Praticam o mimo ao Supremo na espera de retribuição, afinal estamos no Brasil e ninguém é de ferro né?

Quem?

Vejamos o recente caso de José Serra. É o cúmulo do absurdo o Ministério Público ter que lançar mão de um artifício para denunciá-lo, como forma de escapar do manto protetor do Supremo ao tucano. E já não se fala mais uma linha, uma vírgula. A população está cansada deste joguinho de cartas marcadas.

Contra

Importante registrar que de Santa Catarina, Esperidião Amin e Jorginho Mello foram contra esta excrescência. O ex-governador, inclusive, apresentou uma série de sugestões ao texto. Foi olimpicamente ignorado e protestou.

Sem brilho

O registro negativo fica por conta de Dário Berger. Ele votou a favor da censura. Lamentável, mas compreensível, considerando-se que o nobre senador tem processos os mais variados na esfera judicial. Mais um que vislumbrou belíssima oportunidade de agradar os julgadores de última instância. Infelizmente, o senhor Dário Elias Berger é o senador mais apagado dos últimos 50 anos em Santa Catarina.