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Busca por alternativas à BR-101 marca o Fórum CNT de Debates em Santa Catarina

O Fórum é concebido como um espaço para o diálogo e a construção coletiva de soluções e, em suas edições regionais, já passou por cidades como Vitória (ES) e Natal (RN). “A importância dessa iniciativa é a proximidade com os empresários. Trata-se de uma oportunidade de conhecer a base deles e entender as demandas. Assim, podemos defendê-las em Brasília”, afirmou o presidente do Sistema Transporte, Vander Costa.

Os trabalhos foram abertos pelo presidente da Fetrancesc e do Conselho Regional do SEST SENAT, Dagnor Schneider, e, rapidamente, as falas passaram a girar em torno da infraestrutura de transporte do estado. “A infraestrutura de Santa Catarina tem suas dificuldades. Temos apenas uma rodovia duplicada — todas as demais são simples”, disse o deputado federal Valdir Cobalchini, em sua participação. O presidente Dagnor Schneider ressaltou a necessidade de continuidade do projeto da rodovia paralela à BR-101, ligando Joinville a Biguaçu. “Temos os piores níveis de serviço na BR-101 Norte com notas E e F, ou seja, as piores avaliações de fluidez do trânsito. Isso impacta em R$ 550 milhões por ano em custo adicional ao setor de transporte”, afirmou Schneider.

Os números da última edição da Pesquisa CNT de Rodovias apresentados pelo diretor executivo da CNT, Bruno Batista, mostram que é necessário dar continuidade aos investimentos em infraestrutura rodoviária no estado para, em um primeiro momento, recuperar as rodovias, com ações emergenciais de restauração, reconstrução e manutenção.

Entre os convidados locais, porém, não resta dúvida que os desafios estão concentrados na BR-101 Norte, que é a principal rota turística e econômica de Santa Catarina, dando acesso aos portos. Por ela, escoam 68% do PIB catarinense, o equivalente a US$ 38,6 bilhões, entre exportações e importações. Porém ela atingiu o limite de sua capacidade e, hoje, é lenta e perigosa, sendo que os principais gargalos ocorrem nos trechos entre Joinville, Penha, Navegantes, Itajaí, Balneário Camboriú, Itapema, Biguaçu, São José e Palhoça.

“Percebam como isso traz um impacto negativo para a imagem do transporte de passageiros”, reforçou Felipe Busnardo Gulin, presidente da Fepasc (Federação das Empresas de Transporte de Passageiros dos Estados do Paraná e Santa Catarina). Segundo ele, tão importante quanto renovar a frota é o investimento em infraestrutura.

Roda de diálogo

Nessa primeira etapa do Fórum, também debateram o presidente do Cofem e da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, que compartilhou os desafios do setor industrial diante dos problemas logísticos; o prefeito de Joinville, Adriano Silva, que enfatizou o papel da livre iniciativa no desenvolvimento do município; e o deputado estadual Antídio Lunelli, presidente da Comissão de Transportes, Desenvolvimento Urbano e Infraestrutura da Alesc, que expôs a preponderância excessiva do modal rodoviário na matriz do estado e lembrou que o roubo de cargas é outra queixa reincidente na região.

A nota de otimismo veio de Jerry Comper, secretário de Infraestrutura e Mobilidade de Santa Catarina, representando o governador Jorginho Mello; e de Alysson de Andrade, superintendente do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte) em Santa Catarina. Ambos noticiaram obras que estão em andamento ou estão previstas e que podem amenizar as mazelas atuais.

Em outro momento da programação, o diretor de Relações Institucionais da CNT, Valter Souza, contou um pouco de sua experiência “no centro do poder”, em Brasília, onde compreendeu a importância de levar as demandas setoriais ao conhecimento dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Ele compartilhou exemplos de como, em diversos momentos, a articulação promovida pelo Sistema Transporte frutificou e resultou em posições melhores para os empresários do transporte. Por fim, Valter Souza convidou os presentes a conhecerem os serviços disponibilizados pelas três casas do Sistema: a CNT, o SEST SENAT e o ITL.

O encontro também discutiu o uso de biodiesel no óleo diesel, com mediação do empresário e presidente do Badesc, Ari Rabaiolli.

Fonte: CNT

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