Coluna do dia

Cachimbo da paz

Mesmo não estando mais entre nós no dia a dia, Luiz Henrique da Silveira segue fazendo parte do mundo político catarinense. E influenciando o seu MDB, partido que vinha ladeira abaixo com dois grupos se digladiando ferozmente à luz do dia.

Logo após a exibição do documentário Dia da Virada (retrata a histórica conquista de LHS em 2002), em cuja avant premiere estavam três pré-candidatos ao governo (Antídio Lunelli, Moisés da Silva e Gean Loureiro), a palavra pacificação ganhou força e vem dando o tom das conversas internas desde então.
Assim que terminou a sessão cinematográfica, Antídio Lunelli e Moisés da Silva combinaram um café, que ocorreu ainda naquela tarde.
Antes, contudo, os emedebistas cruzaram talheres na presidência da Alesc, sob a batuta do deputado Moacir Sopelsa, para buscar o consenso.

Dia D

Naquela longa quarta-feira de correção de rumos e posicionamentos, o deputado Celso Maldaner, presidente estadual do MDB, e Carlos  Chiodini embarcaram para Brasília. No Planalto Central, conversaram com o dirigente nacional da sigla, Baleia Rossi, sinalizando a perspectiva de convergência nas hostes emedebistas.

Altivez

Principalmente porque naquele emblemático almoço na Alesc, Lunelli praticou o gesto e admitiu recuar, aceitando disputar o Senado na chapa do governador. Moacir Sopelsa pode ser o vice. Esta composição é interessante sob vários aspectos, inclusive pela questão geográfica. Moisés tem base no Sul e alguma penetração na Grande Florianópolis, Antídio é do Norte e Sopelsa do Oeste do estado.

Sintonizando

O bate-papo entre o pré-candidato a governador e Sopelsa também foi muito proveitoso. Ficou acertado que o deputado marcará, já na semana que vem, uma rodada envolvendo as bancadas, Antídio e outras lideranças do Manda Brasa para ajustar detalhes internos.

Sucesso empresarial
Tudo caminha para um acordo. Interessante registrar que o jaraguaense Antídio Lunelli não tem obsessão pelo poder. Empresário bem sucedido, foi o primeiro a ser reeleito prefeito da diferenciada Jaraguá do Sul. Encabeça vários negócios e tem do que cuidar e está querendo contribuir com o partido e o Estado.

Convencimento

O fundamental, uma vez selado este acordão, é sensibilizar as bases do MDB para este encaminhamento. A esmagadora maioria da base é favorável à tese da candidatura própria. Como a legenda tem grande capilaridade, é fundamental trazer a base para o jogo eleitoral.

Por toda SC

Somente em Santa Catarina, a legenda tem quase 200 mil filiados. São três deputados federais, nove estaduais, 97 prefeitos, quase 800 vereadores e por aí vai. Uma máquina que, se bem azeitada, pode fazer toda a diferença.

História

Entra ano e sai ano, o pleito estadual tem um viés que passa pelo MDB. Em 2018, a eleição fora da curva com a onda conservadora puxada por Jair Bolsonaro, acabou empurrando o partido para fora do round decisivo.

Gol contra

Além disso, a condução da campanha de 2018 também registrou vários equívocos, além do fato de Eduardo Moreira ter atrapalhado o correligionário Mauro Mariani. Moreira estava como governador e queria disputar a reeleição. Sabia, contudo, que perderia na convenção. Mariani manteve seu nome, foi homologado, disputou o pleito, mas sem o apoio do chefe do Executivo de plantão naquele ano. O resto é história.

Alerta amarelo

De qualquer forma, o desastre de quatro anos atrás foi um aviso. A conferir até que ponto o MDB chegará unido ao pleito de 2022, sua influência na disputa e de que tamanho irá sair o partido das urnas.

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