Coluna do dia

Caixa 2 na mira da PGR

A bomba que o blog antecipou que estouraria no mundo político de Santa Catarina antes de a semana terminar (veja em http://blogdoprisco.com.br/bomba-prestes-a-abalar-o-mundo-politico-de-sc/) estourou nesta quinta-feira. O post no blog do Prisco, anunciando que algo estouraria foi feito no dia 7, quarta, às 10h30min da manhã e gerou enorme expectativa na esfera política estadual. O colega Upiara Boschi, do Grupo NSC, publicou, quinta à tarde, que o STF, pelas mãos do ministro Edson Fachin, autorizou investigação e a Procuradoria Geral da República investigará denúncia de Caixa 2 contra o senador Paulo Bauer (PSDB), um dos nomes do partido para a composição majoritária deste ano.

A PGR suspeita que R$ 11,5 milhões teriam sido canalizados para a campanha do tucano ao governo em 2014. E não teriam sido, segundo a Procuradoria, contabilizados.

O que os procuradores querem provar são as informações do ex-executivo da Hypermarcas, Nelson José de Mello. Segundo seu depoimento, uma empresa laranja de engenharia, com sede em Joinville, teria sido usada para o recebimento dos valores nos anos de 2013 e 2014.

O senador Paulo Bauer fez expressiva votação na campanha de 2014 ao governo estadual. Por 1,5% dos votos não foi para o segundo turno contra Raimundo Colombo. Entrou em 2018 como o favorito a vencer o pleito.

 

Senador se diz tranquilo

O senador Paulo Bauer emitiu a nota abaixo sobre a investigação que o STF autorizou contra ele por suposto Caixa 2 na campanha de 2014. “Como sempre, defendo que a Justiça cumpra o seu papel e que os órgãos de investigação realizem com isenção e liberdade total o trabalho que a Constituição Federal lhes atribui.

Surpreendido no final desta tarde com a decisão do Supremo Tribunal Federal sobre investigação referente a um suposto envolvimento com a empresa Hypermarcas, venho com tranquilidade prestar os seguintes esclarecimentos:

Apesar de não ter conhecimento do teor do despacho e do processo, tomei conhecimento pela imprensa de que a decisão do Supremo Tribunal Federal tem relação com a delação pela qual o diretor da empresa afirma que recebi recursos não contabilizados para a campanha eleitoral entre agosto de 2013 e dezembro de 2014”.

 

Argumentos pontuados

O senador Paulo Bauer já tem na ponta da língua alguns dos principais argumentos para rebater a denúncia da PGR contra ele.

Em 2013, ele não era candidato e nem realizava ações para tornar-me candidato no ano seguinte.

Ao fim de 2014, o tucano não poderia ter recebido – e afirma veementemente que não recebeu – qualquer valor, pois não foi vitorioso no pleito daquele ano. Todos os recursos utilizados naquela campanha foram, segundo a defesa, rigorosamente contabilizados, tendo sido as contas aprovadas pela Justiça Eleitoral. Por fim, o senador alega que tem a vida pública conhecida, transparente e honrada nos últimos 37 anos. Por isso, manifesta total confiança no Judiciário e assegura aos catarinenses que está tranquilo sobre a inocência.

 

Tucanos reagem

Tucanos de alta plumagem de Santa Catarina estão pedindo celeridade nas investigações da PGR acerca da denúncia de suposto Caixa 2 na campanha do senador Paulo Bauer em 2014. Ele é um dos favoritos na corrida ao governo do Estado e não quer ser prejudicado eleitoralmente por uma denúncia que se arraste sem chegar a conclusões.

 

Retaliação

Outra argumentação consistente é a lembrança de que o senador catarinense foi o autor de um projeto, relatado no Senado pelo falecido Luiz Henrique da Silveira, que contrariava interesses da empresa delatora. O que não se pode admitir é que esteja havendo retaliação da companhia em relação a esse quadro. Até porque, a petista Gleisi Hoffmann mudou todo o teor do texto, agradando a Hypermarcas.

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