Coluna do dia

Calote federal

O governo do Estado, o atual, está priorizando, neste apagar das luzes, o pagamento dos salários do funcionalismo de novembro, dezembro e também a segunda parcela do 13º. Isso implica no valor de R$ 3 bilhões. Eduardo Moreira e seu time não querem encerrar o mandato-tampão com atraso nos proventos dos servidores. Muito bem. Como o cobertor é curto, avalia-se seriamente recorrer a um expediente tradicional e pernicioso no poder público: despir um santo para vestir outro.

Nesta engenharia financeira, a parcela de dezembro da dívida do Estado com a União pode não ser paga. São R$ 130 milhões. Significa que Carlos Moisés pode assumir já tendo que pagar os R$ 130 milhões de janeiro para Brasília e mais o atrasado que ficaria do governo anterior, num passivo de R$ 260 milhões!

Atrasar o pagamento da dívida federal traz uma série de implicações negativas, como perda do quinhão catarinense no Fundo de Participação dos Estados, restrições a financiamentos nacionais e internacionais e por aí vai.

 

Rota de colisão

Tal malabarismo financeiro já estaria criando uma animosidade entre o atual e o futuro governo. Os dois grupos têm tido uma convivência harmoniosa até aqui, mas que poderia partir para uma situação litigiosa a partir do pretenso calote de fim de ano.

Ninguém da equipe de Moisés confirma a manobra e nem a deterioração do quadro de convivência, mas a informação partiu do próprio Centro Administrativo.

 

Bombeiro

Carlos Moisés é bombeiro por formação. E levou Paulo Eli, o secretário da Fazenda de Eduardo Moreira e ex-braço direito de Paulo Afonso Vieira durante sua gestão nos anos 1990, para Brasília nas agendas de quarta e quinta-feira. Neste contexto, Eli pode estar fazendo o papel de bombeiro político-administrativo para evitar que as questões financeiras criem atrito e acabem em litígio entre o atual e o futuro governo.

 

Via de mão dupla

Em sua primeira agenda com o futuro homem forte da economia brasileira, Paulo Guedes, Carlos Moisés apresentou um quadro detalhado da situação financeira, considerada extremamente delicada, de Santa Catarina. Mostrou a dívida bilionária e o déficit de mais de R$ 700 milhões que ele deve assumir no ano que vem.

O economista de Bolsonaro, a seu turno, foi objetivo ao pedir apoio para as reformas estruturais, com destaque para a Previdenciária e a Tributária.

 

Proximidade

Em seu roteiro em Brasília, Carlos Moisés esteve em um breve momento com Jair Bolsonaro. Foi durante reunião com deputados eleitos e no exercício do mandato pelo PSL, senadores eleitos pela sigla e o presidente. Principal governador do partido no país, o catarinense tomou assento bem ao lado de Bolsonaro.

 

Secretaria de Educação

Nos bastidores, sobem as apostas de que o novo secretário de Educação será de Tubarão. Estão no páreo Silvestre e Salésio Herdt, dois ex-reitores da Unisul. O segundo é o atual presidente da fundação da universidade. Outro tubaronense, Felipe Felisbino, professor da Unisul e atualmente ocupando importante cargo no Ministério da Educação, também é cotado. Faz sentido. Carlos Moisés nasceu em Florianópolis, mas fez toda sua vida profissional e pessoal na Cidade Azul.

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