A Câmara de Vereadores de São José realizou na tarde desta terça-feira (15) uma roda de conversa para discutir os principais desafios da mobilidade urbana no município. O evento contou com a participação de representantes do poder público, técnicos e comunidade, com destaque para a apresentação do secretário de infraestrutura, Nardi Arruda.
Segundo o presidente da Câmara, vereador Matson Cé, a roda de conversa deu início a uma série de debates e encontros onde se pretende discutir, além da mobilidade, questões como a saúde, a segurança das escolas e até o bullying entre os estudantes. Ele lembrou dos investimentos em mobilidade urbana já realizados pelo município nos últimos anos e lamentou que o Contorno Viário da Grande Florianópolis esteja sendo subaproveitado. Tanto Matson quanto parte dos vereadores presentes também defenderam uma regulação do fluxo de caminhões no trecho urbano da BR-101, obrigando os caminhões a utilizarem o contorno, assim como acontece no entorno da cidade de São Paulo.
-Quem para para avalir o fluxo do Contorno Viário percebe que ele poderia ser muito maior, o que desafogaria o trecho que corta a nossa cidade – destacou o presidente.
Durante o debate, o secretário Nardi Arruda destacou os principais gargalos enfrentados pela cidade, com foco na influência da BR-101 sobre o tráfego urbano. Segundo ele, a rodovia federal corta São José em quatro partes, o que dificulta a fluidez do trânsito local e prejudica a conexão entre os bairros.
— A BR-101 divide a cidade em quatro fatias, e nós precisamos do entendimento desses atores, seja na Secretaria de Infraestrutura do Estado, ou no governo federal, que infelizmente pensam a rodovia como sendo apenas deles, sem considerar a realidade da cidade — afirmou o secretário.
Arruda citou casos concretos, como o fechamento do acesso ao Mercado Prado, próximo ao viaduto da Serraria, feito de forma unilateral pela concessionária responsável pela BR-101. A medida forçou o desvio de todo o tráfego para a Rua Itália, que não tinha estrutura para receber o volume de veículos.
— A comunidade sofreu mais de um ano passando por aquela rua. Era uma via precária, de lajotas, e tivemos que correr com projeto, licitação e asfaltamento às pressas — disse.
Outro ponto destacado foi o controle dos semáforos por parte da concessionária, o que limita a autonomia do município para dar fluidez ao trânsito. Segundo o secretário, em bairros como Forquilhinhas, Sertão do Maruim e Forquilhas, há filas constantes devido à falta de sincronia e planejamento nos cruzamentos com a BR-101 e SC-281.
— A gente não consegue atravessar de um bairro para o outro porque estamos privilegiando uma rodovia federal no meio da cidade — criticou.
A falta de viadutos, pontes e vias alternativas também foi lembrada. Arruda citou a necessidade urgente de um elevado na região da Vera Rio e uma ponte na área do Brasil da Cadiça, que facilitaria o acesso ao bairro Aeroparque.
— Precisamos da ajuda do Governo do Estado e do Governo Federal para pensar essas mudanças, para que a gente possa unir os bairros da cidade e melhorar os deslocamentos — afirmou.
A roda de conversa foi considerada um passo importante para pressionar os entes estaduais e federais por soluções. O presidente da Câmara, reiterou que o Legislativo municipal continuará atuando para garantir melhorias na mobilidade urbana e mais autonomia na gestão do trânsito local.
Além do presidente, também participaram os vereadores Edilson Alzemiro Vieira, vice-presidente do Legislativo, Alexandre Rosa, Romeu Jose Vieira Neto, Alexandre Cidade, Neri Osvaldo do Amaral e Vinicius Ramos.