Peregrino Paulo Ghisleni transformou suas experiências em várias trilhadas da Europa em um livro. A obra é intitulada de 8 caminhos: um peregrino nas trilhas sagradas. Confira
Foram 14 meses me levantando no escuro. A rotina era acordar às cinco da manhã e relembrar as histórias das minhas caminhadas transformadoras. Depois vieram as caminhadas nas trilhas da Espanha, de Portugal e da Itália, onde cruzei montanhas, campos e vilarejos. Tive o privilégio de peregrinar por oito vezes e o Caminho mais percorrido foi o de Santiago, onde fiz os trechos mais longos. Por essa trilha milenar, cheguei à catedral do apóstolo Tiago quatro vezes, com uma mochila nas costas, o corpo dolorido e a alma leve.
Durante o Caminho Português, numa cidade próxima de Santiago, enfrentei uma cirurgia e ganhei mais uma vida. Deus foi bom comigo ao colocar um anjo da guarda naquele hospital de Pontevedra. Na Itália, percorri dois Caminhos que um dia foram usados pelos romanos e seu líder Júlio César. Lá, encontrei as montanhas mais desafiadoras e vivi a história a cada passo. Escrevi as primeiras linhas em março de 2020, sob o “impulso” da pandemia, que não nos permitia sair. Nos períodos mais críticos, eu caminhava então nas trilhas do que viria a ser este livro.
Mesmo tomando todos os cuidados e precauções, acabei por contrair a covid-19. Foi um momento assustador; o vírus nos traz a consciência de como a vida é preciosa. Ao amanhecer de cada dia, eu imaginava o distante ano de 1885, quando da partida do meu bisavô da sua pátria, a Itália, e depois da sua chegada ao interior do Rio Grande do Sul, no Brasil. Contei aqui uma história sobre o meu avô e a visão emocionante que tive do meu pai.
Falei também dos meus primeiros passos ao conhecer a Europa e, com saudades, descrevi os momentos de ida e volta de um ano sabático em família no velho continente. Foram 14 meses me levantando no escuro. A rotina era acordar às cinco da manhã e relembrar as histórias das minhas caminhadas transformadoras. Depois vieram as caminhadas nas trilhas da Espanha, de Portugal e da Itália, onde cruzei montanhas, campos e vilarejos.
Tive o privilégio de peregrinar por oito vezes e o Caminho mais percorrido foi o de Santiago, onde fiz os trechos mais longos. Por essa trilha milenar, cheguei à catedral do apóstolo Tiago quatro vezes, com uma mochila nas costas, o corpo dolorido e a alma leve. Durante o Caminho Português, numa cidade próxima de Santiago, enfrentei uma cirurgia e ganhei mais uma vida. Deus foi bom comigo ao colocar um anjo da guarda naquele hospital de Pontevedra.
Na Itália, percorri dois Caminhos que um dia foram usados pelos romanos e seu líder Júlio César. Lá, encontrei as montanhas mais desafiadoras e vivi a história a cada passo. Escrevi as primeiras linhas em março de 2020, sob o “impulso” da pandemia, que não nos permitia sair. Nos períodos mais críticos, eu caminhava então nas trilhas do que viria a ser este livro. Caminhos que contam histórias.
Durante as últimas madrugadas, percorri mentalmente mais uma vez os caminhos pela Europa, passando à mão para as folhas de papel minha lembrança das árvores, dos rios, das montanhas, das dificuldades, alegrias e, principalmente, das pessoas – as estrelas maiores de todos os caminhos. Buen camino! Foi um privilégio colocar a mochila nas costas e sair caminhando no meio da natureza em companhia de peregrinos do mundo inteiro. Nesses oito Caminhos, tive o tempo que precisava para reflexões, emoções e aprendizados, agora impressos nas páginas deste livro.
Paulo Ghisleni