A palavra impeachment voltou com força ao meio político neste fim de semana. De um lado, o líder da oposição, senador Ronaldo Caiado, afirmando que após a delação premiada do empreiteiro Ricardo Pessoa (foto interna) já haveria elementos suficientes para o impedimento da atual inquilina do Palácio do Planalto. O STF aceitou o acordo de elação premiada de Pessoa, dono das construtoras UTC e Constran, e apontado pela Operação Lava-Jato da PF como o chefe do cartel de empresas que teriam saqueado a Petrobrás no chamado escândalo do petrolão. De outro, o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil), assegurando que “não há base jurídica para o impeachment, e não haverá.
“Caiado, a seu turno, torpedeou a petista, cuja campanha recebeu generosos R$ 7,5 milhões de Pessoa. “Muito grave. A cada dia a presidente Dilma perde as condições mínimas de conduzir o país.” As informações foram divulgadas na mais recente edição da Revista Veja, gerando mais um fim de semana de tensão em Brasília. Segundo a publicação, a campanha de Lula da Silva em 2006, também recebeu dinheiro da mesma fonte: R$ 2,5 milhões. Os recursos, segundo Ricardo Pessoa, se originaram de contratos das suas duas empresas com a Petrobras. O Ministério Público já se manifestou e irá investigar se as doações foram legais ou ilegais. Mesmo que sejam legais, certamente não são morais.
Enquanto a oposição acusa e diz que o quadro é muito grave; e o governo escalou seus ministros para defenderem a presidente da República, o distinto público fica com a sensação de que a cada semana, o cerco sobre os chefes do esquema se fecha. Outro ponto a ser frisado é que nenhum político ou campanha de político catarinense é citada pelo delator. Confira a lista divulgada pela revista, contendo os políticos, campanhas e valores repassados por Ricardo Pessoa.
– Campanha de Dilma Rousseff em 2014: R$ 7,5 milhões.
– Campanha de Luiz Inácio Lula da Silva em 2006: R$ 2,5 milhões.
– Ministro Edinho Silva (PT), ex-tesoureiro da campanha de Dilma: valor não informado.
– Ministro Aloizio Mercadante (PT): R$ 250 mil.
– Senador Fernando Collor (PTB-AL): R$ 20 milhões.
– Senador Edison Lobão (PMDB-MA): R$ 1 milhão.
– Senador Gim Argello (PTB-DF): R$ 5 milhões.
– Senador Ciro Nogueira (PP-PI): R$ 2 milhões.
– Senador Aloysio Nunes (PSDB-SP): R$ 200 mil.
– Senador Benedito de Lira (PP-AL): R$ 400 mil.
– Deputado José de Fillipi (PT-SP): R$ 750 mil.
– Deputado Arthur Lira (PP-AL): R$ 1 milhão.
– Deputado Júlio Delgado (PSB-MG): R$ 150 mil.
– Deputado Eduardo da Fonte (PP-PE): R$ 300 mil.
– Prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT-SP): R$ 2,6 milhões.
– Ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto: R$ 15 milhões.
– Ex-ministro José Dirceu: R$ 3,2 milhões.
– Ex-presidente da Transpetro Sergio Machado: R$ 1 milhão.
Fotos: capa (reprodução, Veja) – interna (portal bahiaeconomica, arquivo, divulgação)