Crítica, caótica, preocupante, absurda. Faltam até adjetivos para qualificar a situação estabelecida no Espírito Santo, que está caminhando para a primeira semana de aquartelamento dos Policiais Militares.
E mesmo com a presença da Força Nacional e do Exército na região da Grande Vitória, a violência cresce em ritmo escandaloso. Em quatro dias, já foram cerca de 90 mortes. O risco maior, além das vidas e da seguridade social do Estado, é o efeito dominó, espalhando-se para outras unidades federadas.
Se esta situação espraiar-se Brasil afora, passaremos a viver um contexto de instabilidade política e institucional jamais visto. Até aqui, a barbárie está restrita aos capixabas, onde se vê saques, arrastões, assassinatos, gente com fuzil e pistola no meio da rua, transportes e serviços públicos (educação, saúde, etc), comércio, tudo parado. Nunca antes se viu tamanha insubordinação. Imagine se a moda pega…
Aprasc apoia
A Associação dos Praças da Polícia Militar, Aprasc, divulgou nota se solidarizando com o movimento grevista que mantém os PM’s do Espírito Santo aquartelados. A entidade assinala que o protesto é por melhores condições de trabalho, além de reivindicações consideradas básicas, como reposição salarial, pagamento de auxílio-alimentação e plano de carreira.
Comparativo
De acordo com a Aprasc, o salário médio de um praça no Espírito Santo é de R$ 2.750,00. Baixíssimo e considerado um dos piores salários do Brasil. Um dos estopins da greve (motim) foi a falta de reajuste nos vencimentos. De acordo com os policiais, há quatro anos não há sequer reposição inflacionária. Os equipamentos também estariam todos sucateados, aumentando os riscos para quem atua no policiamento ostensivo. Complicadíssimo.
Tipo exportação
A Odebrecht exportou a prática da corrupção. Agora temos um ex-presidente peruano sujeito à prisão e o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, que em seu projeto de reeleição, levou dinheiro da empreiteira tupiniquim. O líder colombiano é aquele mesmo que negociou acordo histórico com as Farc e recebeu o prêmio Nobel da Paz. Corrupção à brasileira que se disseminou pela América do Sul.
Bastidores
Com o retorno à rotina de sessões da Assembleia Legislativa, aumentaram as especulações de que os deputados estaduais filiados ao PMDB, Antônio Aguiar e Dirce Heiderscheidt, podem deixar as hostes peemedebistas e assinar ficha no PSD. Aguiar porque não tem mais o menor clima de convivência com o deputado federal Mauro Mariani, presidente estadual do PMDB, que não moveu uma palha em favor do correligionário na eleição passada.
Negativa
Dirce reconheceu que o marido, Ronério, teve muitas dificuldades de convivência com o vice-governador Eduardo Pinho Moreira, que atuou firme na Grande Florianópolis contra a eleição da parlamentar. Em contato com o colunista, Dirce e Aguiar garantem, categoricamente, que ficam no PMDB. Dirce salientou que a questão é superada e tentará a reeleição pelo partido.
Luz do dia
Deputado Pedro Uczai (PT) se manifestou a respeito da indicação de Alexandre Moraes para o STF. “A indicação do ministro Alexandre de Morais para o STF traz à ‘luz do dia’ o desejo deste governo ilegítimo de interferir na operação Lava Jato”.