Em Brasília, onde lidera uma comitiva de mais de 400 catarinenses presentes à Marcha dos Prefeitos (sendo 137 prefeitos), José Caramori (de bigode, atrás de Gilberto Kassab, ministro das Cidades – centro da imagem), prefeito de Chapecó e presidente da Fecam, revela que esta edição do evento (a 18ª) tem um viés mais político do que as anteriores. A ida dos mandatários à Capital Federal coincidiu com o início da votação da reforma política após manobra desastrosa do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB).
REFORMA FOI PARA O LIXO
“Ele (Cunha) jogou tudo no lixo. Como é que se fica debatendo um assunto tão complexo em uma comissão por três meses e depois tudo isso não vale, é anulado. Essa votação vai levar quanto tempo? Trezentos dias? Não tem relatório, não tem um boneco, será ponto a ponto, vai se arrastar,” lamentou Caramori, salientando que é contrário à extensão dos mandatos por dois anos a partir de 2016. “Isso tem que ser visto para 2018, 2020, 2022, não agora,” ponderou ele.
Segundo o prefeito, a Fecam é a favor do fim das coligações proporcionais; fim da reeleição para o Executivo (deputados e vereadores poderiam ser reeleger por um número limitado de vezes); pelo financiamento misto de campanha e contra o voto distrital, pois “personifica o voto” e fragiliza ainda mais os partidos.
Na seara administrativa, há dois pilares pautando as reivindicações dos prefeitos em Brasília: a revisão, urgente, da Lei 8.666, a chamada lei das licitações, com a flexibilização das contratações no serviço público (fim da famigerada
estabilidade); e uma nova equação para a divisão do bolo tributário, que castiga os municípios com apenas 17% do que é arrecadado, enquanto a União abocanha 60% da verba.
Foto: CNM, divulgação