A deputada Carmen Zanotto (SC), em pronunciamento da tribuna, nesta semana, criticou a citação do nome coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra na sessão que aprovou a admissibilidade do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ao anunciar o voto, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) reverenciou Brilhante Ustra, apontado em decisão judicial como responsável por torturas durante o regime militar.
Na avaliação de Carmen, a fala de Bolsonaro, além de inadequada, “escandalizou a sociedade e depôs contra a imagem da Casa. “Não se pode aceitar que fatos tão graves que aconteceram em nosso país sejam usados para incitar o ódio”, disse. Segundo a parlamentar, o momento grave por que passa o país exige que cada um cumpra com o seu papel na proteção dos pilares democráticos. “Não é momento de regressões, a democracia está consolidada em nosso país. Chega de apologia ao ódio”, alertou.
Na avaliação da deputada catarinense, Brilhante Ustra já recebeu “o julgamento da sociedade brasileira e da história”.
PCB-PPS
Carmen destacou o papel do então PCB, hoje, PPS, na resistência à ditadura militar no Brasil e disse que tem orgulho de ser membro de um partido cuja trajetória está intimamente ligada à resistência aos abusos do regime militar que, por mais de duas décadas, mandou no país.
“O PCB sofreu muitas perseguições e por vários anos teve que atuar na clandestinidade. Muitos de seus integrantes foram torturados e assassinados. Mas nem por isso percebo entre os quadros do partido o incentivo ao ressentimento e ao ódio”, assegurou.
A deputada reforçou que o PPS sempre empenhou pela construção de um país próspero, onde se respeitem as liberdades e garantias individuais. “A nação vive plenamente o Estado de Direito, a liberdade de imprensa, de credo e a diversidade étnica e cultural”, finalizou Carmen Zanotto.
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