Estudo da consultoria alemã Roland Berger identificou 12 elétricas brasileiras entre as 20 melhores desse setor em desempenho. São elas: Equatorial, Energisa, Neoenergia, Celesc, CPFL, EDP Brasil, Light, Duke Paranapanema, Cemig, Endesa Brasil, Elektro e Tractebel, que aparecem listadas ao lado de gigantes como a alemã E.On, a italiana Enen Gree Power e a China Tree Gorges.
De acordo com o estudo, feito com 230 empresas de energia em todo mundo, esse grupo seleto teve retorno sobre capital investido e crescimento em receita pelo menos duas vezes superior ao da média internacional. No caso das brasileiras, o resultado surpreende ainda mais, porque nos últimos anos elas têm enfrentado queda na rentabilidade.
O Presidente da Roland Berger para o Brasil, Antônio Bernardo, destaca que as elétricas brasileiras foram beneficiadas ainda pelas taxas de juros locais. Para o executivo, as altas taxas elevam os retornos exigidos pelos investidores e também as tarifas cobradas do consumidor. Além disso, a regulamentação brasileira, que prima pela garantia de produção de energia, diferente de outras partes do mundo, também contribuiu para o desempenho.
O estudo também destaca que as elétricas nacionais adquiriram grande capacidade de adaptação em relação às estrangeiras por operarem num ambiente sujeito a grandes mudanças regulatórias. Isso fez com que adquirissem disciplina fiscal, desenvolvessem modelos de gestão eficientes e buscassem constantemente reduzir custos, o que contribuiu para o resultado.
Ainda de acordo com o documento, as empresas brasileiras tem a característica de aproveitar proativamente as oportunidades previstas na legislação brasileira de pleitear demandas juntos aos agentes regulatórios. Entre os desafios das empresas, o estudo destaca a gestão de projetos. De acordo com a consultoria, há um atraso médio de um ano e meio na execução, com desvios orçamentários que chegam a 40%.
Foto: Celesc, arquivo, divulgação