Presidente da Celesc Cleicio Poleto Martins e o Diretor de Assuntos Regulatórios e Jurídicos, Fábio Valentim viajaram para a França, com dinheiro público, sem autorização do Governador, para uma convenção organizada por um fornecedor privado que está impedido de vender para empresas públicas por conta de escândalos de corrupção e propinas. O passeio foi em novembro de 2019 e virou denuncia dos sindicatos da Intercel ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) com pedido de responsabilização dos envolvidos e de devolução dos valores à empresa.
Os sindicatos demonstram que “não há na Deliberação da Diretoria nenhuma indicação de contrapartida dos Gestores, como frequência mínima no evento, obtenção e apresentação de certificado de participação, divulgação do conteúdo abordado e, muito menos, a aplicação do conhecimento supostamente adquirido no âmbito das suas atuações na Empresa Celesc”.
A empresa em questão é a Siemens que na época estava proibida por decisão judicial de contratar com o Governo por conta de denúncias de corrupção em licitações do Metrô de São Paulo.
Ironicamente, em outubro de 2019, poucas semanas antes do passeio na França, o Presidente da Celesc fez o lançamento da 3ª edição do código de conduta ética da empresa, afirmando: “O Código é a nossa principal política de Integridade Corporativa. Esse documento estabelece as condutas esperadas de todos os que atuam em nome da Celesc”. “A consolidação da ética e da integridade acontece nas tomadas de decisões, no trabalho dos empregados e parceiros de negócios e também nas pequenas ações do dia a dia”, diz a apresentação do Código. Também afirma que “todo recurso da empresa somente poderá ser utilizado atendendo interesses que sejam coerentes com os princípios da ética e da transparência”.