O cerco vai se fechando em torno do ex-governador Eduardo Pinho Moreira, fora do poder depois de mais de três décadas de vida pública, sempre ocupando cargos de destaque, notadamente no Século 21.
Em janeiro, ele foi alvo de mandado de busca e apreensão no âmbito da Operação Hemorragia, a segunda fase da Alcatraz.
O episódio levou à ruína à articulação que o acomodaria na diretoria do BRDE.
Nesta semana, novamente Moreira tem seu nome envolvido em assunto judicial, mas no contexto estadual. Tratasse do despacho da Primeira Câmara de Direito Público do TJSC, que é duríssimo contra ele e mais 11 pessoas. Se a primeira bala pegou de raspão, essa acerta em cheio o emedebista e todo o grupo.
Os desembargadores decretaram, por unanimidade, o bloqueio dos bens dos 12 envolvidos, num montante que alcança a estratosférica soma de R$ 316,5 milhões!
A decisão ocorre no processo, cabeludo, que investiga o famoso caso da contratação de uma empresa quando Eduardo Moreira era presidente da Celesc. O processo se arrasta há mais de uma década, mas parece que agora começa a caminhar para um desfecho no Tribunal de Justiça de Santa Catarina.
Perfil
Além de Moreira, o bloqueio de bens atingiu o ex-deputado Miguel Ximenes, umbilicalmente ligado ao ex-governador; e o ex-vereador de Blumenau, Eduardo Sitônio, também detentor de laços históricos com Moreira. O trio é filiado e fez carreira política no MDB.
Improbidade administrativa
Conforme apontado no processo, o grupo teria cometido atos de improbidade administrativa ao desvirtuar a finalidade do contrato celebrado entre a concessionária de energia e a empresa, o qual tinha como principal objeto a cobrança de créditos de difícil recuperação da estatal. De acordo com o Ministério Público, por meio de sucessivos aditivos e deliberações administrativas, o contrato teria passado a servir para que a empresa contratada recebesse indevidamente valores vultosos provenientes de receitas de fácil liquidez.
Foto>Fábio Queiroz, ag. Alesc, arquivo