Coluna do dia

Cerco sobre Lula

Cerco sobre Lula

Enquanto Dilma Rousseff está sob menos pressão, respirando mais aliviada neste fim de ano, seu inventor, Lula da Silva, vê crescer o cerco sobre ele e suas desculpas esfarrapadas.

Semana passada, discretamente, ele foi ouvido, na condição de testemunha no âmbito da Operação Lava Jato, pela Policia Federal.

Graças à experiência e persistência do delegado que o entrevistou, o ex-metalúrgico saiu de lá muito mais próximo da condição de investigado.

Perspicaz, o policial Josélio de Sousa levou Lula a cair em várias contradições. Uma das mais notórias recaiu sobre as indicações para as diretorias da Petrobrás. Inquirido se Renato Duque era o homem do PT na direção da estatal, Lula desconversou, apelando para a velha amnésia, no melhor estilo “não sabia de nada.” Já quando o nome levado à mesa foi o de Nestor Cerveró, o ex-presidente rapidamente recuperou a memória, cravando: “foi indicação do PMDB.”

Pergunta dali, espreme daqui, e o grão-petista acabou admitindo que, ao fim e ao cabo, a palavra final sobre as nomeações era dele. Que grande novidade! Mas no Brasil do PT, seus aliados e mentiras sem fim, foi uma grande conquista do delegado Josélio.

 

 

Sem menção

À época da farra na Petrobrás, que é controlada pelo Ministério das Minas e Energia, a titular da pasta era Dilma Rousseff. Lula da Silva, no depoimento ao doutor Josélio de Sousa, evitou citar o nome da ex-mãe do PAC.

 

 

Outro revés

Não bastasse as contradições de seu depoimento à Polícia Federal, Lula da Silva e família amargaram dura derrota no sábado. A ministra Carmen Lúcia, do STF, negou pedido do empresário Luís Cláudio Lula da Silva, filho caçula do ex-presidente, que queria ter acesso à íntegra do inquérito no qual é investigado pela Operação Zelotes. O rapaz é acusado de receber propina em troca de favores generosos a empresas do setor automotivo.

 

 

Vignatti reassume

O presidente do PT, Cláudio Vignatti, voltou às suas funções no comando partidário. A decisão pelo afastamento se deu em reunião da Executiva com as bancadas estadual e federal para que ele assumisse a diretoria financeira da Eletrosul. Como não há incompatibilidade, segundo o estatuto partidário, entre a presidência do partido e a diretoria da estatal, por não serem funções da mesma instância, o motivo do afastamento foi para que, considerando a importância e complexidade da função, houvesse inicialmente uma maior dedicação a ela.

 

 

Dalirio critica

Senador tucano Dalirio Beber criticou a decisão do STF que “acertou” o rito do processo de impeachment de Dilma no Congresso. A decisão, segundo o catarinense, “vai para a história como o dia em que deixamos de aprimorar o processo democrático, como era de se esperar”. “A representação popular dos deputados federais foi apequenada,” asseverou o tucano.

 

 

Quem avisa

Colunista do Jornal O Globo, Ancelmo Gois, resgatou uma história do Natal de 2014. Naqueles dias, reza a lenda, o ex-presidente do BC, Armínio Fraga, tentou convencer o agora ex-ministro da Fazenda, Joaquim Levy, a não assumir a pasta. Em um pedaço de papel, Fraga escreveu os nomes de quatro futuros colegas do banqueiro-amigo: Miguel Rossetto, Ideli Salvatti, Ricardo Berzoini e Aloizio Mercadante. E perguntou a Levy: “com qual deles você se identifica?”. Pois é.

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