Depois de abduzir os professores da rede estadual de ensino, os sindicalistas agora querem tornar os profissionais do saneamento reféns. Esses agitadores não tomam jeito mesmo. Os dirigentes do PCdoB, do PT, da CUT e dos demais alinhados em movimentos grevistas ameaçam parar a CASAN.
A desculpa esfarrapada é a mesma. Ainda mais em ano de eleição. Eles vêm com uma pauta de reivindicações, mas, no fundo, o que realmente querem é apenas provocar greves e, se possível, obter algum aumento salarial.
É uma estratégia tradicional, como já pontuei em artigo sobre a paralisação dos docentes. Nas manifestações, o que mais se vê é a mortadela correndo solta e desocupados de plantão.
Em um post nas suas redes sociais, o Sintaema, conhecido sindicato que costuma explorar massa de manobra, defende paralisação “como forma de protesto contra os ataques aos nossos direitos e em defesa da CASAN pública”.
Ataques? Como assim cara-pálida? A questão da CASAN pública não está em xeque. É compromisso assumido pelo governador Jorginho Mello em campanha eleitoral. A única exigência feita pelo mandatário era de que a Companhia de saneamento, a exemplo da Celesc, melhorasse a prestação de serviço. Nada mais.
E a CASAN tem correspondido plenamente às expectativas do acionista majoritário que é o Governo do Estado. Se tem um ente do governo que tem obras em todo o Estado é a CASAN, com reservatórios sendo inaugurados em todos os cantos e novas estações de tratamento de esgoto em fase final de conclusão de suas estruturas físicas.
Nem o discurso demagógico de cassação de direitos pára em pé. Mesmo com a não prorrogação do Acordo Coletivo de Trabalho, vencido no último dia 1/5, a CASAN garante a concessão de 25 benefícios para os trabalhadores. Além disso, os salários e benefícios econômicos/financeiros serão corrigidos pelo INPC.
A bronca dos sindicalistas está em relação ao fim da jornada de seis horas de uma pequena parcela de trabalhadores. Ou seja, querem a manutenção de privilégios para poucos enquanto a esmagadora maioria cumpre oito horas.
Com microfone na mão em assembleias minguadas, pregam uma empresa pública, mas seus líderes não estão nem aí para a qualidade do atendimento da população, tampouco para a saúde financeira da empresa.
Enfim, trata-se de mais um factoide em tempos de eleição para constranger o Governo do que uma defesa justa de direitos. Tanto assim que representantes de nove dos 10 sindicatos que representam os interesses dos trabalhadores da CASAN fecharam e assinaram o novo ACT proposto pela Companhia.
Quem foi contra? O Sintaema. Estranho que um órgão de classe que representa um segmento tão importante não admite ouvir nada além do que sua ideologia.
Chantagem tem nome.