Santa Catarina está no topo dos rankings de densidade e eficiência na geração de startups no País, segundo dados de uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Startups (ABStartups), com a participação de mais de mil startups de todos os Estados. Chapecó acompanha os índices catarinenses e figura entre as principais cidades onde vem se apostando neste modelo de novas empresas.
Segundo o levantamento, na lista das top 10 cidades, Florianópolis aparece na segunda posição, atrás apenas de São Paulo. Já quando comparada a quantidade de startups com o número de habitantes, a capital catarinense assume o primeiro lugar no ranking. Chapecó está entre as 15 cidades brasileiras com o maior número de startups, ocupando a 13ª posição.
A pesquisa também analisou as cidades brasileiras com maior densidade de startups, ou seja, aquelas que tem o maior número per capita desta modalidade empresarial. Chapecó está na segunda posição no ranking nacional, sendo a segunda cidade brasileira com mais startups proporcionalmente à população. A primeira posição ficou com Florianópolis e a terceira com Joinville. Das top 10 cidades mais densas em startups, seis são catarinenses.
Para o diretor de Startups da Deatec, Rudinei Gerhart, iniciativas como essa pesquisa da ABStartups evidenciam o quanto esse setor está crescendo no Brasil e a importante participação de Santa Catarina nesse cenário. “No nosso caso, Chapecó desponta como uma das maiores concentrações de startups em relação ao número de habitantes, isso só comprova o quanto mantemos a vocação do empreendedorismo e nos destacamos no cenário nacional”, reforça. A Associação Polo Tecnológico do Oeste Catarinense (Deatec) é uma instituição reconhecida pela atuação no apoio e desenvolvimento de empresas que produzem ou empregam tecnologia, sendo referência no Estado e no País. A Deatec desenvolve um programa de incentivo às startups. Possui um plano de associados exclusivo para elas e apoia a participação em projetos que contribuem para o crescimento dos negócios.
Apoios como este, ofertados pela Deatec, fazem de Chapecó não só uma das principais cidades em número de startups, mas também contribuem para melhorar a eficiência destas empresas. Hoje, conforme o levantamento, Chapecó figura na 12ª posição nacional entre os municípios tops em eficiência na geração de startups no Brasil. O representante da Deatec reconhece a boa situação da cidade, bem como o caminho que ainda precisa ser trilhado. “Essa pesquisa retrata uma situação favorável no sentido de iniciativa empreendedora, mas ainda temos um longo caminho pela frente na consolidação de negócios que atuam como âncoras na região, o caminho é longo, precisamos consolidar nosso ecossistema e permitir que startups trilhem caminho de progressão exponencial e isso só se dará com o amadurecimento dos negócios que atuam aqui”, destaca.
STARTUPS EM CHAPECÓ
Além da Deatec, Chapecó conta hoje com outros auxílios às startups. As universidades oferecem apoio através das incubadoras e pré-incubadoras tecnológicas. A Unoesc oferece a pré-incubadora, um habitat de ideias inovadoras que tem por objetivo contribuir na promoção do desenvolvimento de novos negócios. Podem se inscrever para a pré-incubação alunos, egressos da Unoesc e colaboradores, inventores autônomos e a comunidade em geral. A partir de uma ideia inovadora, o interessado pode ser selecionado para fazer parte da pré-incubadora. Após selecionada, a ideia passa por um processo de desenvolvimento do conceito, que pode incluir a pesquisa e o desenvolvimento de um protótipo, juntamente com a elaboração de um plano de negócios. A ideia selecionada receberá apoio técnico, comercial e jurídico para se desenvolver.
Já a Unochapecó disponibiliza a incubação por meio da Incubadora Tecnológica (IncTech), que é um programa de fomento às empresas nascentes, para apoio e criação de novos negócios de base tecnológica e desenvolvimento econômico local. A incubadora também se caracteriza por ser um mecanismo de transferência de tecnologia para inovação dos projetos de pesquisa. “Atualmente temos 23 projetos sendo apoiados, além de três empresas já colocadas no mercado. Todos os projetos vinculados precisam apresentar um diferencial, uma ideia inovadora. A seleção é feita normalmente duas vezes por ano e pode ser inscrito tanto o produto pronto quanto somente a ideia. A partir daí vamos trabalhar para validar a ideia, desenvolver o produto e auxiliar com consultoria e captação de recursos”, esclarece a analista de projetos da IncTech, Andreici Vedovatto.
Outra possibilidade para as startups é a aceleração. Em Chapecó, a 1Bi Capital, associada à Deatec, atua como aceleradora de startups e investidora anjo. De acordo com o sócio da empresa, Andrei Bueno Sander, o objetivo é ajudar as startups a crescerem. “Trabalhamos com empresas inovadoras com bases tecnológicas, oportunizando estrutura física, capital e mentoria. A intenção é ajudar a startup a ir mais longe. Acreditamos que esse modelo de empresa tende a crescer muito, pois se propõe a resolver um problema de forma eficiente utilizando a tecnologia”, afirma.
Hoje, a 1Bi Capital acelera três startups. Uma delas é a empresa de softwares HUB2Bem que Ricardo Sponchiado e Sérgio Venicius Vanin são sócios. O sistema criado pela startup conecta lojistas aos sites de venda, centralizando a operação. “O software permite uma grande economia de tempo operacional. Em 2014 levamos a ideia para a incubadora da Unochapecó e no ano passado entramos na aceleradora. Todo esse processo nos auxiliou muito na gestão, pois somos técnicos e tínhamos dificuldade em vender o produto”, declara Sponchiado. A empresa hoje possui 320 clientes em todo o Brasil.
STARTUPS NA DEATEC
O projeto direcionado para as startups começou a ser empregado na Associação Polo Tecnológico do Oeste Catarinense (Deatec) em 2016, baseado em três pilares de sustentação: a promoção de um ambiente de trabalho colaborativo, na forma de integração entre incubadoras, aceleradoras e unidades de produção independente; a promoção de mentorias técnicas, design thinking, estratégia e modelo de negócios, capital e acesso ao mercado; e a viabilidade de investimento de capital para que bons projetos possam ser acelerados com aportes e investimento local.
Para o presidente da Deatec, André João Telöcken, as startups são empresas disruptivas, empregam velocidade no processo de pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias e, nesse contexto, engendram velocidade no processo de elaboração de soluções baseados em problemas reais manifestados pelo mercado. “O papel da Deatec nesse processo é facilitar o acesso a uma rede de recursos que de forma isolada o pequeno empresário teria dificuldades para acessar”, destaca.
A projeção é de que o crescimento desta modalidade continue, conforme avalia o diretor de Startups da Deatec, Rudinei Gerhart. “O crescimento é reflexo do otimismo da iniciativa privada na continuidade do investimento em novos negócios e novas empresas, e isso pode inclusive atrair mais recursos para que esse processo continue se desenvolvendo”, conclui.